Nestas três
fotos podemos ver o fatídico fim de um edifício que marcava a paisagem da orla
de Santarém e cuja arquitetura encantou ninguém menos que o poeta Mário de
Andrade, quando de sua passagem por Santarém, inspirando-o a considerar nossa
cidade como uma “Veneza da Amazônia”. Acervo familiar de Hélcio Amaral.
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Casa de Saúde São Sebastião na década de 1970
Um dos ícones da
história da saúde em Santarém, a Casa de Saúde São Sebastião funcionava na
Avenida Adriano Pimentel, próximo do atual “Trevo da Calcinha”. Aqui pode ser
vista em fotografia do início da década de 1970. Acervo familiar de Hélcio
Amaral.
Criação do Distrito Industrial de Santarém – 1979
Depois de longos
anos de espera, foi finalmente criado o Distrito Industrial de Santarém. O decreto
foi assinado pelo Governador Alacid Nunes, no dia 17 passado e anunciado
perante a diretoria da Associação Comercial, durante a última visita do
governador a Santarém.
O decreto
declara de utilidade pública, para efeito de desapropriação, uma área de cerca
de 211 hectares compreendida entre a rodovia Santarém-Cuiabá, na altura do
Igarapezinho até a margem da Estrada da Embratel. Todos os lotes existentes
nesse polígono irregular serão desapropriados para que seja montada infraestrutura
necessária para a instalação de indústrias.
Assessoria Jurídica para a Câmara de Santarém – 1979
O presidente da
Câmara Municipal, Godofredo Machado Portela, na tentativa de dinamizar cada vez
mais os trabalhos daquela casa legislativa, está imprimindo várias modificações
em todos os setores. Na próxima segunda-feira, em sessão especial, deverá ser
empossado o novo assessor jurídico, advogado Santino Sirotheau Corrêa.
domingo, 6 de outubro de 2019
Alunos do Colégio Dom Amando em 1974
Grupo de alunos
do Colégio Dom Amando, em Santarém, em uma das famosas fotos que se fazia na escadaria,
em frente do pavilhão “A”, no ano de 1974. Acervo familiar de Hélcio Amaral.
Alunas do Colégio Santa Clara em 1958
Grupo de alunas
do Curso Normal do Colégio Santa Clara, no ano de 1958, posando no jardim,
junto da gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Acervo familiar de Hélcio Amaral.
Notícias do Colégio Rodrigues dos Santos – 1969
O Grêmio
Literário-Esportivo “Rui Barbosa” deu início, sábado passado, ao seu programa
de grandes realizações, com a promoção da primeira de uma série de encontros dançantes,
com que movimentará a quadra junina de 1969, procurando dar aos seus filiados e
a todos os estudantes de Santarém um divertimento sadio e a oportunidade de um
maior entrosamento para mais se estreitarem os laços de amizade que devem
existir entre a classe estudantil. Ao som dos acordes do conjunto “OS LORDS”, o
estudante santareno teve oportunidade de fazer novas amizades e divertir-se,
nas dependências do Colégio Estadual “Rodrigues dos Santos”.
O Festival Estudantil Mocorongo de 1969
Continua
bastante animado, sobre todos os aspectos, o festival de vozes estudantis que
ora se realiza todos os domingos, dentro do programa E 29 – Show, para apontar
a mais bela voz estudantil de Santarém. Esse programa que se realiza sob os auspícios
da Associação dos Estudantes Secundaristas de Santarém e da Rádio Emissora de
Educação Rural de Santarém Ltda, através do seu Departamento Artístico, visa
adquirir fundos para as obras de construção da Casa do Estudante Santareno que
se realizam em ritmo acelerado, no Bairro Novo às margens da Estrada
Santarém-Curuá-Una.
sábado, 5 de outubro de 2019
O Vestibular em Santarém em 1979
Durante toda esta semana os
399 candidatos ao concurso vestibular 79 em grande tensão nervosa, muitos à
beira do esgotamento, estiveram repassando matérias na tentativa de uma
aprovação nas provas que deverão começar amanhã no Colégio Álvaro Adolfo da
Silveira.
O coordenador do concurso,
professor Francisco Miléo, chegou no dia 5 passado em Santarém, acompanhado da
professora Nazaré Vieira e no mesmo dia à tarde manteve um encontro com os assessores
Antônio Pereira, Olindo Neves e Nely Pereira de Souza, além dos quarenta
professores que deverão atuar como fiscais. Nessa reunião todos os detalhes
para a realização do concurso vestibular 79 foram acertados.
As Cerejas do São José
Foi testado com absoluto
sucesso o plantio de Cereja das Antilhas no Planalto São José, distante quinze quilômetros
de Santarém, na Rodovia Santarém-Cuiabá. O agricultor Miguel Corrêa, bastante
eufórico, disse que duas cerejinhas plantadas em seu pomar produziram oito
quilos de cerejas de alta qualidade. Ele adiantou ainda que elas apresentaram
quarenta por cento de proteínas a mais que as existentes no caju que também é
colhido com abundância naquela colônia.
Sucessão Municipal em 1979...
O Prefeito Antônio
Guerreiro esteve neste fim de semana em Belém tratando de assuntos
administrativos do Município. Sabe-se, entretanto, que de sua agenda constou
como principal atividade – assunto de ordem política – um encontro com o futuro
Governador Alacid Nunes. Desse contato, poderá resultar uma definição em torno
da sua substituição na prefeitura ou mesmo a continuação de seu período
administrativo por quatro anos, durante o governo de Alacid. As pressões crescem
cada vez mais, em torno de sua substituição, em virtude de não estar “prestigiando”
as lideranças políticas no atendimento dos pleitos na base de “pedidos pessoais”
para amigos.
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
Alunos da Escola Aparecida na década de 1960
Registro de uma
visita de um grupo de alunos da Escola Aparecida, em Santarém, à Escola São
Raimundo, no Bairro da Aldeia. Acervo familiar de Hélcio Amaral.
Alunos da Escola Frei Othmar na década de 1970
Grupo de alunos
da Escola Frei Othmar, no bairro do Santíssimo, participando de um evento
dentro da Igreja do Santíssimo Sacramento, em fins da década de 1970. Acervo
familiar da professora Benedita Brasil.
Colação de grau de alunos do Santa Clara
Momento da
“colação de grau” de uma turma de alfabetização infantil do Colégio Santa
Clara, na década de 1970. Acervo familiar do prof. Antônio Pereira.
Músicos militares de Óbidos em 1912
Militares do 4º
Batalhão de Artilharia, estacionado em Óbidos, que compunham o corpo musical
daquela guarnição militar, animando as cerimônias cívico-militares da cidade de
Óbidos há mais de cem anos atrás: na foto pode-se ver: 1 – Antônio Correia
Feio, 2 – Manuel da Paixão e Silva, 3 – José Roberto dos Passos, 4 – Lourenço
dos Anjos, 5 – Manuel Raymundo dos Santos, 6 – Manoel Francisco Limeira e as
crianças 7 – Rosária Limeira e 8 – Júlia Silva.
Comissão responsável pela construção do Quartel de Óbidos em 1908
Grupo da
Comissão de Defesa do Norte, responsável, entre outras coisas pela construção
do Quartel Militar de Óbidos, em uma fotografia de 1908. Na foto aparecem: 1 –
Major Melo Nunes, responsável pela construção; 2 – Pamplona; 3 – Arthur; 4 –
Sant’Anna, farmacêutico da Comissão; 5 – Leopoldo; 6 – F. Santos; 7 – Paes de
Andrade e 8 – Paulo.
Guarnição Militar de Óbidos em 1907
O comandante
militar da guarnição de Óbidos (ao centro, sentado), o Médico (sem farda
militar) e os oficiais da guarnição em uma pose na frente do Forte da Cidade,
que acolhia a guarnição antes da construção do Quartel.
Documentos Pauxis – Quadro da Guarda Nacional
Quadro que
mostra a situação do Quartel da Guarda Nacional na Vila de Pauxis (o nome de
Óbidos foi mudado em 1833), feito pelo major comandante Manoel Pedro Marinho, em
20 de maio de 1834. Esta era a situação militar da Vila Pauxis nas vésperas do
conturbado período da Cabanagem. Acervo do Arquivo Público do Pará.
Documentos Pauxis – Relação das Companhias Militares
Relação dos
Oficiais, oficiais inferiores e cabos das duas Companhias avulsas militares da
Vila de Óbidos, feita pelo major Manoel Pedro Marinho, em 12 de janeiro de
1833. Chama atenção que o documento não coloca o nome dos ditos militares, mas
sua função civil dentro da sociedade obidense. Acervo do Arquivo Público do
Pará.
Documentos Pauxis – Carta do Capitão Mor de Óbidos
Ofício datado de
17 de outubro de 1829, assinado pelo Capitão Mor da Vila de Óbidos, Antonio
José de Faria, informando que não pode remeter a lista de oficiais sob seu
comando, por não haver nenhum oficial na guarnição militar da Vila de Óbidos.
Acervo do Arquivo Público do Pará.
Dez Curiosidades da História de Óbidos
Por Pe. Sidney
Augusto Canto
01. Óbidos antes da implantação das escolas
públicas...
Em 29 de julho
de 1829, o Ouvidor Geral e Corregedor da Comarca do Pará, Manoel José de Araújo
Franco, pediu aos juízes ordinários das Vilas que enviassem um relato da
situação em que se encontravam as Igrejas Matrizes, o estado e atendimento da
saúde e, também, sobre se havia Escolas Públicas ou Particulares, bem como o
número de alunos matriculados em ambas. A resposta do juiz ordinário de Óbidos,
Pedro Marinho de Vasconcellos, sintetiza a realidade da região:
Não há nesta Villa, nem em seu Districto Escolla
Alguma, nem Aulla, apezar das repetidas requizições que setem feito ao Governo,
advertindo, que nem Públicas, nem particulares, nem de menores, nem de maiores
estudos; e por conciquencia não existem Allunos alguns, salvo aquelles que seus
próprios Pais insinão aquilo que pouco ou nada entendem. Esta falta he bem para
lastimar, e que, e ella seacha esta Juventude, vivendo nas trevas da mais crasa
ignorância, criando-se, vivendo, eacabando, sem nunca conhecerem os seus
inalianaveis direitos e deveres, ao mesmo passo que já mais podem ser uteis á
Sociedade, a Pátria [ilegível no documento]... quando esta Villa. E sua
População, Comercio, Agricultura; e Civilização.
02. Um antigo folguedo de Boi-Bumbá em Óbidos...
Não é de hoje
que algumas tradições se perdem. Em 1850 havia em Óbidos o folguedo de
Boi-bumbá. O interessante é que, segundo uma nota publicada no Jornal “O Velho
Brado do Amazonas”, de setembro daquele ano, dizia que este folguedo, dançado
por Escravos, era dirigido por dois escravos de nomes Casemiro e Claudino.
Acontece que tais escravos eram propriedade do delegado de polícia da então
Vila de Óbidos, o bacharel Félix Gomes do Rego, que ameaçava prender na cadeia
uma porção de rapazes da “melhor sociedade de Óbidos” só porque estes jogavam
carretilhas sobre o Boi-bumbá dançado pelos escravos obidenses.
03. O Dr. José Veríssimo e os petrógrafos da Serra
da Escama...
O médico José
Veríssimo de Mattos (pai do imortal e fundador da Academia de Letras, José Veríssimo),
quando de sua estadia em Óbidos, fazia frequentes visitas na Serra da Escama.
Lá, teve a oportunidade de contemplar os trabalhos deixados pelos primitivos
humanos que habitaram aquele lugar, deixando gravado nas pedras a sua passagem
por este mundo.
O Dr. José
Veríssimo fez, em 1866, uma série de desenhos das figuras gravadas nas rochas
da Serra da Escama, sendo o primeiro brasileiro (Wallace, que era inglês, já
havia feito cópias dos desenhos da Serra do Erere, em Monte Alegre alguns anos
antes), a fazer um trabalho deste valor na Amazônia. Seus originais foram, mais
tarde, doados ao cientista Frederico Hartt que as usou como ilustração em um de
seus trabalhos. O pai de José Veríssimo pode ser, assim, considerado um dos
primeiros arqueólogos de terras obidenses.
04. Um imortal obidense pouco conhecido...
Em 27 de
novembro de 1885, nascia na cidade paraense de Óbidos, Benjamim Franklin de
Araújo Lima, filho de João Francisco de Araújo Lima e de dona Maria Amélia
Mendonça de Araújo Lima. Deixando sua terra natal e dedicando-se aos estudos,
Benjamim Lima formou-se em Direito, exercendo as funções de advogado,
professor, jornalista e crítico literário. Escritor e teatrólogo, foi membro da
Academia Amazonense de Letras, ocupando a cadeira de número nove. Faleceu no
Rio de Janeiro, no dia 09 de janeiro de 1948.
05. Atividades musicais obidenses...
Óbidos também é
terra de bons e inúmeros musicistas. Em 1921 começou a se pensar na organização
de uma sociedade musical que pudesse servir não somente como escola de música
para a juventude, bem como organizar um grupo musical para abrilhantar as
festas cívicas e religiosas do município. A ideia nasceu do musicista Orestre
José Ribeiro.
Naquele ano,
vale ressaltar, as festividades da posse do Intendente Correa Pinto e do novo
Conselho de Vogais da Intendência Municipal foi abrilhantado com a banda de
música do Colégio São Francisco que executou diversas músicas do seu bem
organizado e variado repertório.
06. Sobre a educação obidense...
Em 1921, os
alunos da Escola Elementar Mista do Paraná Maria Tereza, foram examinados pelos
professores normalistas Cassilda Sampaio Penna Pinheiro e José Barroso Tostes,
sob a direção da professora Reginalda Moreira de Souza.
O dr. Correa
Pinto, Intendente de Óbidos, não se preocupava somente com a instrução pública,
mas também incentivava a iniciativa privada. A ideia era de que se estabelece
um Colégio com regime de internato e externato que pudesse rivalizar com a
educação oferecida nos colégios da capital do Estado. Para isso, o intendente
contava com o entusiasmo do professor dr. Modesto Costa com a colaboração do
normalista José da Silva Nunes.
07. As festividades de São Benedito das flores...
Havia em Óbidos
uma bonita e tradicional festa de São Benedito das Flores, promovida pelos
negros desde a época do império. Contudo, nos primeiros anos do século XX,
havia diversos conflitos com os frades franciscanos, pois estes queriam que a
festividade fosse feita por pessoas de confiança dos padres enquanto a
diretoria da festa não aceitava a intervenção dos mesmos.
Em 1921 a
diretoria da festividade estava formada pelos senhores: José Araújo, Domingos
Fernandes Ramos, José Azevedo dos Santos, Clarindo Pinheiro da Silva e Benedito
José dos Santos. Que enfrentaram a resistência de Frei Rogério Voges que, não
somente desautorizou a festa como dizia abertamente que os festeiros queriam
implantar uma “anarquia de culto”. O frequente impasse entre a Diretoria da
Festa e os vigários acabou por um fim na tradicional festividade.
08. Uma estrada sugerida pelo Marechal Rondon...
Nos anos de 1928
e 1929, uma expedição partiu de Óbidos em direção aos “Campos Gerais da
Guiana”. Essa empreitada foi comandada por ninguém menos que o marechal Cândido
Rondon. Após manter contato com diversos indígenas bem como com os
remanescentes dos quilombos dos Rio Trombetas, o marechal Rondon apresentou ao
Governo Federal um projeto de construção de uma Estrada que, partindo de Óbidos,
e seguindo no sentido Sul-Norte pudesse atravessar e integrar os “Campos Gerais
da Guiana” ao restante do país. O projeto visava facilitar a ocupação da Guiana
Brasileira para a criação de gado e exploração de balata (Borracha) e dos
castanhais existentes na região.
09. A questão dos pobres Lázaros
Em 1940, a
cidade de Óbidos possuía uma “Sociedade de Assistência aos Lázaros” que vivia
em franca atividade. Para conseguir atender seus objetivos, a Sociedade fazia
frequentes promoções em prol de angariar recursos para construir um Leprosário
que atendesse aos doentes da cidade ou encaminhá-los ao Leprosário da Capital
do Estado.
10. Sobre o jornalista Saladino Brito...
Em 1958 a cidade
de Óbidos possuía um jornalzinho de nome “O Amazônico”. Obra do esforço do
poeta Saladino Brito. Ele não era somente o proprietário, era o repórter, o
redator, o datilógrafo, o impressor, o jornaleiro e, principalmente, o corajoso
de fazer distribuir gratuitamente a maioria dos exemplares. O jornalzinho era
um órgão “independente, lítero-humorístico e noticioso”, conforme dizia seu
cabeçalho. Trazia, em suas oito colunas, notícias e comentários sobre futebol,
vida rural, sociedade obidense, publicidade e, também, algumas poesias para
saciar o bom gosto literário que possuíam os obidenses.
terça-feira, 1 de outubro de 2019
Santarém no início da década de 1970
Vista da cidade de Santarém, podendo ver parte da orla
fluvial quando a Avenida Tapajós e o cais de arrimo estavam ainda em construção
nas proximidades da Praça da Matriz, no trecho compreendido entre a antiga loja
“O Castelo” e o “Mercado Municipal Modelo”, no início da década de 1970.
Missa na Catedral na década de 1970
Celebração litúrgica no interior da Catedral de Nossa Senhora
da Conceição, em Santarém, na década de 1970, presidida por Dom Tiago Ryan e
concelebrada por alguns dos padres da então Prelazia de Santarém.
Prédio da Telepará em 1976
Vista do edifício sede da Empresa de Telecomunicações do Pará
quando ainda estava na conclusão de sua construção no ano de 1976. Hoje o
prédio pertence à empresa “Oi”, na avenida São Sebastião.
O Barão obidense...
Corria o ano de
1838... A província do Grão-Pará vivia o tempo da repressão contra a revolta
dos cabanos. No dia 10 de novembro a então Vila de Óbidos via nascer Manuel
Francisco Machado, que viria a ser o único nobre do Império Brasileiro nascido
em terras pauxis.
Seus pais
tiveram condições de bancar seus estudos em Portugal. Foi assim que conseguiu
se tornar bacharel em Direito e receber o título de Doutor pela Universidade de
Coimbra, em 06 de julho de 1869. Voltando para o Brasil, trabalhou como advogado
e embrenhou-se pelos caminhos da política, exercendo sua influência para a
Província do Amazonas, assumindo a Presidência da mesma no apagar das luzes do
Império.
Um retrato da situação de Óbidos em 1918...
Abaixo
transcrevemos uma carta do Intendente Municipal de Óbidos, Graciliano
Negreiros, que informa a situação do município por ocasião da grande enchente
de 1918, que por muitas pessoas foi comparada à grande enchente de 1859. A
situação mostra o quanto a situação das enchentes de um século atrás persiste
ainda nos dias de hoje, mostrando, muitas vezes, a incapacidade política dos
gestores em se adaptar ao ciclo de vida do meio amazônico. Eis a carta:
Uma descrição de Óbidos no século XIX...
No ano de 1862
aconteceu uma viagem de instrução e exercício militar da marinha, pelo rio
Amazonas, a bordo da corveta canhoneira da marinha brasileira “Belmonte”. Esta
corveta à vapor aportou na recém-criada cidade de Óbidos na tarde do dia 16 de
abril daquele ano. Do relato de sua viagem, escrita por Marco Elisio, depois do
retorno da viagem para Belém, podemos extrair a seguinte nota sobre a cidade de
Óbidos:
A Ação Social Nacionalista em Óbidos – 1920
Em 14 de julho
de 1920, a cidade de Óbidos reuniu vários de seus intelectuais e membros do
povo para funda uma filial da “Ação Social Nacionalista”, um movimento que
nasceu no sul do país, mas que visava integrar toda a nação, pregando o
nacionalismo, valorizando o que é brasileiro (possuía até o lema “O Brasil para
os Brasileiros”). A principal ideologia desse grupo, que era ligado ao
catolicismo, era a pregação do autoritarismo em substituição ao às ideias do
liberalismo político.
Uma descrição do Forte de Óbidos por Tavares Bastos...
Por Padre Sidney
Augusto Canto
Dentre as muitas
fontes que podemos dispor para pesquisar sobre o passado, uma delas são os
famosos “Diários” ou “Notas” de VIAGENS. Vamos transcrever aqui uma dessas
“Notas”, escritas por Tavares Bastos, no ano de 1866 no Diário do Rio e
republicadas em outros jornais do país. Eis um trecho que nos remete ao Forte
de Óbidos:
Uma comemoração republicana em Óbidos
Por Padre Sidney
Augusto Canto
Corria o ano de
1900...
Era o dia 15 de
novembro. Dia festivo na nação e também no município de Óbidos. Aportado no porto
da cidade estava o cruzador “Tiradentes”, da marinha brasileira, que no
amanhecer saudou o dia com uma salva de 21 tiros de canhão.
Às oito e meia
da manhã, com toda a solenidade possível, realizou-se a posse do novo
Intendente Municipal de Óbidos e demais membros do Conselho Municipal (chamados
de vogais, equivalia às funções dos atuais vereadores). O coronel José Antônio
de Mattos Piranha assumiu o cargo de Intendente, reeleito que fora para tal, o
mesmo era chefe do Partido Republicano local.
Sobre escravatura na cidade de Óbidos
Por Padre Sidney
Augusto Canto
Muito ainda há
que se escrever sobre essa página triste da nossa história, quando a escravidão
fazia parte das leis. Mas também muito há de se escrever sobre aqueles e
aquelas que lutaram pela sua liberdade ou pela liberdade de outrem.
A cidade de
Óbidos era, ao lado de Santarém, uma das cidades do interior que mais possuía
escravos. A maioria deles trabalhava nas fazendas de cacau. Outros havia que
eram “escravos de ganho” (que, por exemplo, trabalhavam na venda de alimentos
ou manufaturas de seus senhores) na cidade de Óbidos e havia também os escravos
“da casa”, geralmente mulheres, que vivam servindo nas atividades domésticas.
Sete notícias de outros meses de outubro...
1868 – Por meio
da lei provincial de número 560, a Irmandade de Santa Ana, em Óbidos, fica
beneficiada com a quantia de três contos de réis para que a mesma possa
concluir a construção do Cemitério na cidade de Óbidos.
1873 – A Câmara
Municipal de Óbidos encaminha pedido ao Juiz de Direito daquela Comarca pedindo
providências sobre a ausência do Delegado de Polícia da cidade, que vivia muito
mais em sua fazenda do que cuidando da segurança pública.
1880 – Até o dia
18 de outubro deste ano, a Escola Elementar do Bairro da Aldeia, em Santarém,
possuía apenas UM aluno. Foi então que da Escola do professor Gerôncio, se
passaram três alunos para aquela que tinha apenas uma. Segundo consta, muitas
escolas viviam essa situação por “proteção” dos “padrinhos” pelos seus
“afilhados” políticos.
1921 – Por volta
das 10h30 da manhã de uma segunda-feira, dia 17 de outubro, um conflito entre
pescadores se espalha pela cidade de Santarém. O Comércio fecha as portas e
três pessoas saem feridas do confronto. Tudo começou por conta de alguns
pescadores não aceitarem um acordo de pesca e continuarem a fazer a “batição”
de tartarugas em comunidades próximas de Santarém.
1948 – Por
ocasião das comemorações do aniversário do Centenário de elevação da Vila à
categoria de Cidade de Santarém, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
lança um carimbo comemorativo (foto) que foi usado na obliteração postal por
ocasião daquela data festiva.
1949 – Para
comemorar os seus 15 anos de fundação, o Centro Recreativo realiza, na noite do
dia 24 de outubro, uma festa dançante que foi denominada de “NOITE DOURADA”.
1978 – Moradores
do bairro da Aldeia, que moravam em torno do antigo canteiro de obras da
ETESCO, começam a fazer um abaixo-assinado dirigido ao prefeito de Santarém
para que o mesmo se digne a recusar a proposta da Associação Comercial de
Santarém que queria transferir a feira livre da Rua 24 de Outubro para aquele
local. Em contrapartida os moradores pediam que no local fosse feita a Praça
Tiradentes.
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