Nos anos
de 1930 a Festa de Nossa Senhora da Conceição contava com uma programação
variada, principalmente no que tange na parte religiosa. Com o título “A festa
dos Marianos”, este texto escrito por Wilson Dias da Fonseca, no jornal “O
Mariano” de 29 de dezembro de 1935, nos dá alguns relances do passado histórico
da festa da padroeira de 80 anos atrás.
“Ainda perdura saudosamente, na lembrança de
todos os marianos e na população desta cidade, o brilhantismo com que se
revestiu a festa que anualmente a congregação Mariana dos Moços promove, em
honra da sua padroeira – a Virgem da Conceição.
À madrugada do dia 1º de dezembro, toda
Santarém foi despertada com a magnificente alvorada, onde os estampidos das
centenas de foguetões e os harmoniosos sons das festivas partituras que a “Philarmonica
Santa Cruz” executava, entrelaçavam-se no espaço silencioso da hora tranquila,
levando aos mais recônditos recantos, as alviçaras do grande dia que se
iniciava.
Às 7,30 da manhã, garbosamente precedida
pela “Philarmonica Santa Cruz”, vinha a grande fileira de marianos que, saída
do Colégio São Francisco e percorrendo as principais ruas da cidade, se dirigia
à Matriz, a fim dos marianos assistirem a Santa Missa e receberem a sagrada
Comunhão. A Comunhão foi um espetáculo deslumbrante, onde centenas de moços,
numa prova de fé e devoção recebiam o sagrado corpo de Jesus. Às 7 horas da
noite, teve lugar a ladainha, cantada pelos marianos, que alcançou um brilho
incomum, dada à sua escolhida organização. Os marianos que fazem parte do
círculo dos cantores de nossa congregação e que tem como chefe o incansável
mariano Luciano Lopes dos Santos, cantaram de uma maneira elogiável todos os cânticos
apresentados. O consócio Joaquim Toscano, conhecido como o melhor tenor de
nosso meio, cantou com maestria e bastante alma a celebre “Ave Maria” de Gound.
Todos esses números foram acompanhados pela orquestra, que esteve impecável,
graças aos esforços dispendidos por seus componentes, – Wilson Fonseca, Antônio
A. Oliveira, Pedro Santos e Perílio Cardoso. Essa ladainha, devido inúmeros
pedidos, foi repetida na noite de 8 do corrente. Osman Bentes, ficou satisfeitíssimo
com o sucesso da noite mariana, mormente com a ornamentação interna da Matriz,
que foi a mais bem cuidada de todas as noites, graças aos seus esforços e de
seus companheiros. Parabéns ao Frei Ambrósio”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário