Manoel
Valdomiro Rodrigues dos Santos
Eu amo a grata solidão da noite
Contemplar as estrelas cintilando;
A lua – a sócia eterna dos q’sofrem –
Triste, no espaço etéreo se librando,
Musa celeste, é ela quem me inspira
Pobres versos q’a turba não entende,
De que, louco em furor, moteja a inveja,
Que todo o mundo lê, mas não compreende.
Quando a terra se envolve toda em trevas,
Quando em silêncio dorme céus e mares,
Sinto a meus males encontrar alívio,
Sinto abrandar-se a dor dos meus pesares.
Amo o carpir do mocho merencório
Pousado numa cruz erguida ermo;
Porque também eu choro e porque vejo
Que uma cruz, de meu pranto será termo.
NOTA: Poesia
publicada em 1890. Posteriormente o autor exerceu o cargo de intendente de
Santarém e de Belém, dando nome à praça mais antiga da cidade tapajônica que
lhe serviu de berço.
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