quarta-feira, 29 de abril de 2020

A compra de Belterra e Fordlândia


O governo vai comprar a “Fordlândia” por 250 mil dólares, ou seja, em moeda nacional, cinco milhões de cruzeiros, o que representa cinco por cento do valor atribuído pela avaliação procedida pelo diretor do Instituto Agronômico do Norte, o qual verificou o valor comercial daquele patrimônio em mais de 93 milhões de cruzeiros, em outubro de 1944.
A Companhia Ford, segundo dados divulgados, empregou na Fordlândia e na Belterra mais de 155 milhões e quinhentos mil cruzeiros, calculando-se que teve um prejuízo de mais de 67 milhões. Em Belterra existem mais de 3 milhões de seringueiras formadas por dupla enxertia.

Nos próximos dois anos essas seringueiras não darão produção. Para a formação de todos os seringais em Fordlândia e Belterra são ainda necessários 24 milhões e 300 mil cruzeiros. Desse modo, os encargos do governo brasileiro, até 1947, atingirão a 29 milhões e 300 mil cruzeiros. As despesas correrão por conta do Banco da Borracha, formando-se uma autarquia para explorar as concessões sob a forma de núcleos coloniais.
A proposta foi encaminhada ao Ministério da Agricultura por Valentim Bouças, Diretor Executivo da Comissão de Controle dos Acordos de Washington, que será encarregada de efetuar a transação, ouvindo previamente o Ministério da Fazenda.

NOTA: Texto extraído do jornal Lavoura e Comércio de 17 de dezembro de 1945.

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