Encerraram-se
brilhantemente, a 1º deste mês as festas com que a Igreja Católica de Santarém,
em adesão ao Congresso Eucarístico realizado no Rio de Janeiro, homenageou a Pátria
Brasileira por motivo do Centenário.
Desde
a noite de 24 de setembro até a de 30 do mesmo mês, em confortável LATADA
(grifo meu) armada à Avenida Mendonça Furtado, no pitoresco bairro da Prainha, houve
ladainha com Benção do Santíssimo Sacramento e prédica. Na manhã de 1º (de
outubro), perante numerosa assistência, teve lugar a missa na elegante capela
de São Sebastião, e a tarde a deslumbrante procissão fluvial que em todos
produziu a mais agradável impressão.
Certo
foi um lindo espetáculo, inédito em Santarém, e que por todos os motivos
mereceu a admiração de quantos tiveram a fortuna de assisti-lo.
Cerca
de quarenta embarcações, grandes e pequenas, na maioria engalanadas, desfilavam
garbosamente à reboque das lanchas “Maciste” e “Brazileira”, proporcionando-nos
um inusitado quadro à vista e ao coração.
O
cortejo partiu da Prainha, do porto fronteiro à Latada, capitaneado pela “Maciste”,
imediatamente seguida do possante batelão-altar do SS. Sacramento em cujo bordo
se achavam, além dos sacerdotes, diversas pessoas gradas do nosso meio.
Seguiam-se inúmeras embarcações com diversas confrarias e muitas famílias. Mais
atrás vinha a “Brazileira” comboiando muitas outras canoas e botes. Completavam
o cortejo três barcos-motores, canoas a vela, catraias, etc. Ao longo da praia
a grande massa popular acompanhava a bizarra procissão fluvial que, ao espocar
dos foguetes e ao som da banda Aloysiana que executava alegres marchas a bordo
da capitânia, desfilou até as cercanias da Aldeia, dali retornando para
recolher à Matriz, onde realizou-se com toda a pompa do ritual a Benção do SS.
Sacramento.
Terminando
o ato religioso, regorgitante a Praça Monsenhor Gregório, efetuou-se ali um leilão
em auxílio das festas. Foi, enfim, uma esplêndida festa, festa de fé e de patriotismo,
que há de por muito tempo perdurar na retentiva de todos os católicos
brasileiros aqui existentes.
NOTA:
Texto publicado no jornal A CIDADE, Santarém, 07 de outubro de 1922.
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