sábado, 23 de maio de 2020

Um editorial sobre Frei Ambrósio Philipsemburg


Qual destemido batalhador que refeito de forças volve às fileiras do combate, regressou a Santarém Frei Ambrósio, o incansável disciplinador da mocidade, o sacerdote de iniciativa a cujos esforços algumas centenas de meninos e de homens devem o que sabem.
Longos anos de sua vida útil e trabalhosa deu-nos frei Ambrósio ao desenvolvimento da instrução entre a infância masculina de nossa terra.

Novo, ainda, tendo a lhe doirar o espírito o halo invejável da Fé: com a alma envolta na luz celeste da Bondade e no coração ardoroso o amor ao trabalho, sem desfalecimentos, com a coragem dos heróis e a dedicação de um pai, assumiu o bom franciscano o espinhoso encargo de fazer ingressar na senda da virtude, arrancando-a, também, do tremedal do analfabetismo, uma parte da infância santarense, a parte mais desprotegida, os pobrezinhos que a míngua de livros e de mestres, se debatiam nas ténebras da ignorância.
A golpes de audácia, numa luta titânica, incalculável messe de desgostos e tropeços, conseguiu criar a banda musical do colégio aloysiano e arregimentar em associações vários grupos de moços entre os quais destacamos os referidos aloysianos, os marianos e outros.
Hoje, tendo embora as primeiras neves a lhe coroarem a fronte, ainda pulsa em seu peito o mesmo coração magnifico de outrora e brevemente nós o veremos na lida em prol da nossa juventude.
A volta de frei Ambrósio a Santarém, é, pois, motivo de regozijo para todos nós, para todos aqueles a quem a cegueira da intolerância ou a fobia clerical não impede que pelos olhos da consciência penetre a luz pura da justiça.
A “A Cidade” envia a frei Ambrósio um grande abraço de boas-vindas.

NOTA: Texto extraído do jornal “A Cidade” de 15 de setembro de 1928.

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