terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Uma agressão ao Coletor de Rendas de Santarém – 1921

No dia 29 do mês findo (novembro), à noite, zarpou do nosso porto, com destino a Manaus, o vapor fluvial Adamastor, de propriedade da firma Ferreira Costa e Cia.

A seu bordo conduziu aquele navio, além de outros passageiros, o sr. Viriato Ferreira Costa, sócio da referida firma, que ia a Manaus a negócios da mesma.

A viagem, ao que nos consta, ocorreu sem incidente algum até o porto de Santarém, onde o Adamastor chegou ontem (05 de dezembro), pela manhã.

Assim que a embarcação ancorou, compareceram a seu bordo várias autoridades, entre as quais o coletor estadual que ali ia fazer a fiscalização.

Quando desempenhava a sua missão, surgiu entre o sr. Viriato e o coletor séria divergência, motivada por uma disparidade dos manifestos com a carga a desembarcar ali.

O coletor, zelando pelos interesses do fisco, não concordou com os desejos do sr. Viriato que, exasperando-se, sem o mínimo respeito àquele exactor da Fazenda, o agrediu a murros e bofetadas, produzindo-lhe escoriações pelo corpo.

Intervindo diversas pessoas, foi o coletor socorrido, indo o sr. Viriato refugiar-se em seu camarote.

A vítima, ato contínuo, dirigiu-se à prefeitura local, onde formulou queixa, sendo depois submetida a exame de corpo delito.

Ontem mesmo, o coletor agredido telegrafou ao coronel Apolinário Moreira, diretor da Fazenda, comunicando-lhe a insólita agressão e pedindo as necessárias providências.

O diretor da Fazenda telegrafou imediatamente ao prefeito de Santarém, pedindo-lhe que agisse com todo rigor sobre a agressão sofrida pelo seu subordinado.

 

NOTA: Texto extraído do jornal “Estado do Pará” de 06 de dezembro de 1921.

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