segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Uma crônica do carnaval santareno em 1944

Momo e Zé Pereira gostaram este ano de Santarém. E assim é que “com dinheiro ou sem dinheiro”, lá foram eles rodopiar nas “cobrinhas” e saltar nos sambas.

A chuva sempre pelo meio, querendo “empastelar”, como diz o escrivão José Matos.

Notamos que as mulheres estavam mais animadas que os homens; principalmente a Aurora, a Helena e a Amélia...

As fantasias estavam boas: o Fona ficou tão bem fantasiado a la “portuga” que fazia gosto! E o Serruya? Estava “gozado” não há dúvida: metido numa jaquetinha dum “bébé” de 7 meses.

Não, a coisa esteve boa mesmo. Chegaram a dizer até que uma Filha de Maria não resistiu e dançou no Recreativo! Só tenho medo é que ela se encontre de repente com Frei Domingos...

E vocês viram como o sr. Monteiro e sr. Hito “requebraram” direitinho?

Eu vi três pequenas do “barulho”. Iam passando por mim quando uma disse a outra: – Ô “bicho” mole. Não gosto de dançar com ele porque é uma lesma de calças!

Disse eu com meus botões, como diz minha avó: “Salto!”

Não, a festa esteve boa mesmo!

Por causa dela, houve: 16 prisões, 20 surras, 4 facadas, 35 dores de cabeça e 65 bate-bocas de mulher contra o marido (inclusive a minha)...

LINGUARUDO.

 

NOTA: Texto extraído do “O Jornal de Santarém” de 26 de fevereiro de 1944.

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