Segundo ouvimos, estão desanimando os
trabalhadores dessa poderosa empresa.
Tendo sido adotada nova forma de trabalho por
empreitada para derrubada da mata e limpeza das áreas contratadas, ali se acham
vários empreiteiros que conseguiram homens para os trabalhos.
Acontece que os salários foram estupidamente
diminuídos, e o pessoal descontente com essa gananciosa medida, vai deixando o
serviço e baixando, como já sucedeu nos vapores “Aquiry” e “Zéantunes”.
A Companhia pagava-lhes 5$000 em dinheiro e dava
as refeições no valor de 3$000. Estava assim razoável. Os empreiteiros só
querem pagar 5$000 secos. Ora, o trabalhador paga 3$500 de refeição, fica
apenas com 1$500, quantia insignificante para quem trabalha num serviço pesado
daqueles. As empreitadas deixam imenso lucro aos empreiteiros e não é justo
sacrificarem tanto os pobres trabalhadores em benefício de suas bolsas
usurárias.
O resultado prenuncia-se mau, se não forem tomadas
providências no sentido de melhorarem as coisas por ali.
É um pé para arranjarem remessas de africanos ou
barbadianos e ali localizá-los, com prejuízo da nossa raça, digna de melhor
sorte. Enfim, são coisas de brasileiros.
A. R. N.
NOTA:
Publicado no jornal Gazeta do Norte de 20 de junho de 1931.
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