Contra as posturas municipais, contra a segurança
e embelezamento da cidade, cobriu-se de palha uma casa à Rua Primeiro de Maio.
(...)
Segundo prescreve o código de posturas municipais,
é absolutamente proibida a permanência de porcos no perímetro da cidade;
entretanto estamos inundados dessa bicharia, e isto quanto o cholera lavra no
sul do país, donde nos ameaça.
Não será possível dar uma caçada aos bichos? Eles,
depois de assados em forno são esplêndidos, mas vivos são insuportáveis.
Caça aos imundos, rapaziada!
(...)
Aplaudimos imensamente a energia do senhor
Intendente quanto aos terrenos não cercados.
Era realmente preciso que se tomasse uma
providencia séria a respeito, pois não havia nada melhor do que um indivíduo
dizer-se dono de um terreno, sem nele fazer os serviços indispensáveis, como o
cercamento e a limpeza.
Nada de meias medidas; precisamos não parar no
caminho da civilização.
(...)
Iniciou-se nestes últimos dias a continuação das
obras da nossa Matriz.
Era tempo: o serviço está começado em boas
disposições para o fim que se almeja.
Eu, na minha simplicidade de cronista, andava
abodegado com a lembrança de que podia dar-se o caso de quererem cobrir de
palha o belo templo.
Pois não é moda a palha?
Aí estão para prova uns tantos casarões tortos e
aleijados à Rua Primeiro de Maio, atestando a nossa condescendência prejudicial
à segurança pública e à estética.
Ora, desde que se julga necessário a palha –
porque os nossos antepassados moravam em casas de palha, eu andava assim a me
interrogar se a nossa Matriz teria a sorte de meter-se em palha.
Mas, felizmente, a nova estética estrábica foi
jogada às moscas e lá está a telha encarapitada no alto da Igreja.
Com isto levamos aplausos à comissão das obras,
que soube vencer as dificuldades e meter membros a um serviço de fôlego.
Bem merece, pois a imprensa tem o dever de dar a
Cézar o que é de Cézar.
NOTA:
Postagens feitas no jornal Gazeta de Alenquer de 05 e 23 de janeiro e de 16 de
fevereiro do ano de 1895.
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