sexta-feira, 28 de maio de 2021

Uma breve história de Faro em 1874

Faro – Foi uma aldeia de indios missionados pelos capuchinhos da Piedade; foi elevada á vila em 1758, installando-se em 1768. Está situada á margem esquerda do Jamundá, no ponto em que este rio abre-se em um grande lago, que tem o nome da vila, distante o leguas da barra do rio no Trombetas e cerca de 30 de Obidos.

E’ a povoação mais occidental da provincia. Está quasi deserta, tendo somente de 16 a 20 moradores. A igreja matriz, que é pessimamente construida, está arruinada. Não ha alli outro edifício publico.

Ha 2 escolas primarias mui raramente frequentadas; os mappas dão como frequentes 78 meninos e 33 meninas.

A agricultura quasi não existe, ou está limitada ao cultivo de um pouco de cacao e mandioca. A industria da pesca occupa quasi todos os moradores, que não se empregam na creação de gado, no fabrico da borracha, extracção de oleo e colheita da castanha. Ha no municipio muitas fazendas de creação, contendo cada uma de 20 até 1.200 cabeças de gado. O peixe é exportado em grande escala, exporta-se tambem carne, borracha e castanha em boa quantidade e cacáo em porção diminuta.

O transporte se faz em canoas grandes e pequenas.

O estado sanitario é regular, mas as febres intermittentes apparecem mais ou menos na entrada e fins do inverno.

 

NOTA: Texto extraído do Relatório do Presidente da Província do Pará, Pedro Vicente de Azevedo, de 17 de janeiro de 1875.

Nenhum comentário:

Postar um comentário