sexta-feira, 28 de maio de 2021

Uma breve história de Itaituba em 1874

 Itaituba. Foi uma residencia de alguns mundurucús, que recebiam negociantes de regatão com os quaes trocavão o guaraná e outros productos de sua industria por objectos de pouco valor real que muito lhes apraziam. D'este commercio resultou povoar-se o lugar com indios que trabalhavam e brancos que negociavam. O commercio de guaraná com Cuyabá veio dar maior incremento ao lugar. Em 1856 foi elevada a villa por lei provincial em substituição á Brasília Legal que, por despovoada, perdeu essa cathegoria. Está situada á Margem esquerda do Tapajoz cerca de 15 milhas abaixo da ultima cachoeira d’este rio e a 170 acima da cidade de Santarem. Sua população é avaliada em 180 moradores; a do municipio é de 3:550, não comprehendidos os indios.

Exporta-se grande quantidade de guaraná, borracha, castanha e salsa-parrilha que é a mais estimada no commercio e nas pharmacias.

Cultiva-se o guaraná em grande escala, o tabaco e o cacáo são cultivados em pequena escala.

A maior parte d’estes produtos é procedente da industria dos mundurucús.

Os meios de transporte são: canoas medianas para o trafico dos generos, as igarités e ubás que navegam do Arinos até a villa para carregarem guaraná e outros generos, e o vapor da linha de Itaituba, que faz uma viagem mensal da capital áquella villa.

As duas escolas de instrucção primaria são frequentadas por 30 meninos e 15 meninas.

A saude publica não tem soffrido alteração.

 

NOTA: Texto extraído do Relatório do Presidente da Província do Pará, Pedro Vicente de Azevedo, de 17 de janeiro de 1875.


Nenhum comentário:

Postar um comentário