Mais de 500
famílias residentes nos rios Cuminá, Irepecu, Acapu e rio Ariramba estão
extremamente preocupados com os altos índices de casos de malária e hepatite
ocorridos ali.
Na quinta-feira
passada, um grupo de cinco moradores daquelas localidades, liderados por Daniel
de Sousa Oliveira, casado e pai de quatro filhos, chegou a Oriximiná tentando
contato com o prefeito e autoridades sanitárias locais pedindo socorro para
conter os males que já mataram entre 28 e 30 pessoas.
Daniel falando à
reportagem do “BAIXO AMAZONAS” disse que diariamente são registrados óbitos,
principalmente das crianças. Ele reclamou da falta de apoio das autoridades de
Oriximiná de deficiência de médicos naquele município, afirmando mesmo que “naquelas localidades nós não temos ninguém
para olhar para nós e por isso nossos irmãos estão morrendo”. Mais adiante,
Daniel, cabisbaixo e muito triste, pediu “pelo
Amor de Deus que as autoridades tomem as devidas providencias para mandar
médicos de capacidade que possam conter essas doenças que estão acabando com o
nosso povo que outrora era muito feliz”.
O inspetor geral
da SUCAM, José Arnaldo, declarou que aquela entidade já tomou conhecimento do
fato e está enviando uma lancha com uma equipe liderada pelo inspetor João Antônio
do Nascimento, que vai verificar in loco
que realmente está acontecendo. Arnaldo disse que a maior incidência de malária
naqueles locais, nesta época do ano, é provocada pelo deslocamento de pessoal
que trabalha na colheita de castanha no interior da floresta, nos grandes
castanhais onde há abundância de mosquito transmissor da febre palustre.
João Antônio vai
com autorização de tomar todas as providências possíveis e medicar o pessoal que
está com malária. Ele terá a missão de fazer deslocamento de 2 turmas de
guardas-malária que estão no rio Trombetas para as áreas atingidas, a fim de
iniciarem uma nova campanha de borrifação das casas e medicação dos
doentes.
O diretor do
Hospital da Fundação SESP em Santarém, doutor Carlos Furtado, disse que
Oriximiná possui uma unidade sanitária que já deve ter tomado conhecimento da
situação e entrado em ação. O Doutor Carlos declarou também que o órgão de
Santarém está inteira disposição para dar um apoio em tudo o que for necessário
para o controle imediato tanto da hepatite como da malária.
NOTA: Publicado
no Jornal do Baixo Amazonas de 07 de abril de 1979.
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