Por Silvério
Sirotheau Côrrea
ONTEM
O meu
passado!... Ainda há poucos anos,
Quando, na vida,
tudo me sorria,
Nem pensava da
vida nos arcanos.
E, na minha
infantil filosofia,
A alma cheia de
sonhos eu trazia.
HOJE
– Filosofia dos
primeiros anos! –
Tudo passou. E
agora, – que ironia! –
A alma, tenho-a
de sonhos já vazia
E cheio o
coração de desenganos.
AMANHÃ
Com que supremo
esforço, então, procuro
Fugir às
incertezas do futuro!
O meu futuro!
Vejo-o incerto e vário,
Com uns trágicos
aspectos de calvário!
O meu futuro!
Vejo-o vário e incerto,
Como um
tremendo, horrífico deserto,
Por onde eu deva
– trovador beduíno –
Levar, exausto,
a cruz do meu destino.
Poesia publicada
em 1931, feita pelo autor na passagem do seu aniversário.
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