Alter do Chão não foi esquecida
pelo Governo da Província no que se trata de Educação. Desde meados do século
XIX que o governo designou professores para aquela freguesia. A cadeira de
instrução primária foi criada por portaria de 24 de maio de 1855, para o sexo
masculino. Seu primeiro professor foi nomeado em 20 de agosto de 1856, na
pessoa do senhor Silvestre Silveira Guaporé, que não ficou muito tempo em Alter
do Chão.
Em seu lugar foi nomeado,
também de forma interina, o Padre Manoel Antonio Rebello, que era o professor
da cadeira de primeiras letras em idos do ano 1859. Deste segundo professor,
temos uma notícia, extraída do jornal “A EPOCHA” de 09 de maio de 1859, reproduzida
do jornal “Monarchista Santareno” que tem o seguinte teor:
“Consta-nos que o professor público de Alter do Chão, o padre Manoel
Antonio Rebello, tendo castigado um seu discípulo com duas grossas de bolos
(!!!), o seu pai, que é o sr. Antonio Manoel Dias, carpinteiro, justamente
indignado por semelhante atrocidade, que, sobre ser bárbara, é a mais
revoltante transgressão das leis regulamentares da nossa instrução pública, que
recomendam e apenas autorizam aos mestres um castigo moderado, imediatamente o
tirara dessa escola. Entendendo o sr. Rebello que a retirada desse seu
discípulo era uma indireta reprovação do seu descomunal procedimento, requereu
ao sr. juiz de paz dali, para que obrigasse a fazê-lo voltar à escola, e como
este lhe dissesse que não era de sua competência, então o dito professor
comunicando para esta cidade (Santarém), o nosso subdelegado, o sr. Miranda,
incontinente oficiou àquele juiz de paz, para que fizesse recrutar o rapaz, e
que o remetesse para esta cidade; em resposta a esta ordem, mandou-lhe dizer o
mesmo juiz que não podia cumpri-la, por isso que não se julgava autorizado para
recrutar”.
A grande dificuldade daqueles
tempos era a frequência. Isso levou o Governo da Província, em 17 de janeiro de
1874, a reduzir a categoria da Escola masculina de Alter do Chão, que era a de
primeira entrância, para a de elementar e, extinguir a Escola Feminina que
existia naquele lugar, criada alguns anos antes.
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