Embora o
serviço de transporte não pareça em princípio de grande importância para as
finanças de Santarém, estudando-se o assunto desapaixonadamente e com um
pouquinho de boa vontade, vê-se que o referido na verdade o é pela vastidão da
faixa litorânea e de colônias localizadas nas cercanias da cidade.
E ao chegarmos
a esta conclusão, lamentamos sinceramente que depois de tantos anos da
descoberta de Fulton e dos aperfeiçoamentos de Ford na indústria
automobilística, o município de Santarém ainda não tenha uma embarcação a motor
e nem um jipe para atender aos serviços da prefeitura que continuam, neste
setor, na estaca zero.
É sabido por
todos que qualquer propriedade para dar resultados compensadores ao seu
proprietário, torna-se preciso que ele tenha um bom administrador (o que é mais
difícil)... ou vá pessoalmente, de quando em quando, fiscalizar os serviços que
lá sejam feitos.
Como que numa
prefeitura onde existe várias localidades pertencentes a um só patrimônio, o
prefeito pode ter uma visão real do que administra sem que conheça o que se
passa quando está ausente?
Eis a razão de
apontarmos a falta de transporte um dos problemas santarenos.
A prefeitura,
se possuísse uma embarcação a motor e um jipe para os seus serviços
particulares, pouparia muito dinheiro de frete e de alugueis com carros de
praça em visitas oficiais ao município.
Mesmo com a
aquisição desses próprios prestava melhor assistência e estudaria “in loco” os
problemas dos munícipes mais afastados e que vivem pendentes de solução.
Somente assim
o chefe da comuna estará aparelhado para atacar com acerto os pontos
nevrálgicos das localidades distantes.
Felizmente,
sua Senhoria tem uma visão larga do que lhe compete fazer e dia menos dia,
teremos a oportunidade de registrar em nossas colunas a aquisição desses
próprios que tantos benefícios virão proporcionar aos seus problemas
administrativos.
Pastor
Evangelista Damasceno
NOTA: Publicado
no Jornal O Baixo Amazonas de 04 de março de 1959
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