quarta-feira, 15 de março de 2017

Santarém e o medo de um novo surto de gripe em 1920

Apesar do zelo da higiene da Capital Federal, a gripe acaba de romper com virulência no Rio, sendo possível que dentro de pouco tempo se alastre pelo interior do país. A saúde do porto, em Belém, vem exercendo vigorosa vigilância para evitar ou atenuar a provável invasão da terrível moléstia, que tantas vítimas fez por ocasião da sua primeira visita.

A municipalidade (de Santarém) já deveria estar agindo no sentido de nos defender de semelhante perigo, entretanto, até agora, nada se tem feito de defesa, senão aquilo que está no alcance dos denodados esforços do médico municipal, dr. Theodorico Macedo, que foi incansável na primeira invasão e que será uma segura garantia de defesa se a Comuna, como é de espera, proporcionar todos os elementos de profilaxia defensiva. O dr. Rodrigues dos Santos, que tem uma dupla responsabilidade, como médico e como intendente, não deve recusar os necessários meios para o chefe da higiene municipal poder nos defender com energia e eficiência.
Em se tratando de uma medida urgente, é preciso agir antes do mal nos bater às portas, para não termos que lastimar a demora da adoção das providências de defesa.
Este aviso nos é inspirado pelo desejo que nutrimos em relação aos interesses da população.


NOTA: Publicado no jornal Tapajós de 18 de fevereiro de 1920.

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