Por Raymundo Fona
Vivo, querida,
A padecer.
Porque sonhei
Com te querer
Na ilusão do amor.
Vivo, ó Flor,
A sonhar, a sonhar
Com este amor sismador.
Ninhos de afeto então farei;
Alma a sorrir
Eu cantarei.
E meu coração padecendo
Te almeja,
Ó mulher que mais amei!
Lábios de fina
Pintura
E olhos tão meigos.
Perfil de escultura,
Vem aumentar o meu sofrer.
E das amarguras
Comigo beber.
Meu coração
Vem lutando
Na imensa amplidão
De um céu sem luar
Só porque vive
Para te amar, amar!
Creio que o teu amor
É todo sedução,
Pois eu sinto tremer todo instante.
Tua imagem em minh’alma
É constante
E sincero neste amor
Que te dediquei então,
Sinto morrer, lentamente
O meu pobre coração.
NOTA: Poesia dedicada pelo autor a Joaquim Toscano e
Vicente Celesttino, das nossas “noites enluaradas”. Publicada em 1928.
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