Em execução à
Lei decretada pelo Congresso, o ilustre patriota que dirige os destinos deste
Estado, resolveu mandar abrir estradas que comuniquem o litoral do rio-mar com
os belos e grandes Campos Gerais.
Dentro de alguns
dias, ao que nos consta, deve partir a comissão que vai tornar em realidade um
dos mais importantes problemas ultimamente agitados.
É fora de
contestação a importância do serviço que se vai iniciar e que, sendo de grande
benefício para aquela região, é de imenso alcance para o Estado.
A abertura das
estradas para os Campos, entre as incalculáveis vantagens que trarão, pode-se
destacar duas de mais alto alcance: a alimentação pública e o povoamento de uma
das mais ricas regiões deste Estado.
Uma vez abertas
as estradas e estabelecidas, ou transferidas para os Campos Gerais as fazendas
de criação de gado que estão no litoral, e tanto sofrem com as enchentes do
Amazonas, terá o Estado garantida a alimentação pública, problema que inquieta
a todos quantos se interessam pelo bem da coletividade.
A esta vantagem
segue-se outra: o povoamento e, portanto, a imigração. Naquela região, cujo
clima desafia os melhores do país, a terra é pestilíssima, a natureza oferece
produtos tão variados e em tal quantidade, que o imigrante ao punja-la não
carece de outro auxílio, se não o de seus próprios braços.
O ato do
governador consulta os mais altos interesses do bem público, e digno dos
aplausos de todos os que sinceramente desejam a prosperidade do Estado.
Consta-nos que a
Comissão vai diretamente para a próspera cidade de Alenquer, onde fará seu
ponto central de trabalhos, e onde já existem abertos 57 quilômetros de
estradas à custa da municipalidade e de alguns cidadãos patriotas daquele
lugar.
Dando esta
notícia não podemos deixar de aplaudir este ato patriótico e de impreciavel
alcance para o Estado.
O dr. Lauro
Sodré soube compreender as vantagens a esperar-se do melhoramento, para
resolver os alevantados problemas a que temos referido, e mais uma vez colocou,
bem alto, o seu nome na estima dos que são sinceros no amor que votam a esta
Pátria Paraense.
NOTA: Publicado
no Correio Paraense, edição 084, de 1892.
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