Consoante rádio
que publicamos na secção competente, soubemos ter falecido em Óbidos, Estado do
Pará, no dia 18 de agosto, o venerando dr. Manoel Francisco Machado, Barão de
Solimões.
A avançada idade
que contava, fê-lo retirar-se da vida pública, na qual teve raro prestígio e
vivia aquele nobre cidadão, em Óbidos, cego e em extrema pobreza.
O dr. Machado
escalou elogiosamente as posições políticas, tendo sido deputado e senador da
República e era uma das últimas relíquias do regime imperial no norte do país,
do qual mereceu cargos de alta confiança do governo monárquico, como o de
Presidente da antiga Província do Amazonas, em cujas funções encontrou-o a
República, em 15 de novembro de 1889.
Foi o dr.
Machado político moderado e de ação profícua, norteada pelo seu espírito culto
e altamente democrático. Conhecia profundamente a língua latina e exerceu com
proficiência a advocacia.
O extinto
paraense era doutor em Direito pela antiga Universidade de Coimbra, onde fez,
brilhantemente, todo o seu curso.
Jornalista
consumado e literato combatente, nunca se deixou vencer, o dr. Machado, senão
pelos infortúnios e pelo peso dos anos que contava, pois era viúvo, maior de 80
anos, deixando, de seu consórcio, resumida prole.
Enviamos pêsames
ao seu digno Genro, dr. Armando da Cruz Barbuda, da Justiça Amazonense.
NOTA: Publicado
no jornal A Reforma, de 26 de agosto de 1928.
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