Já decorreu um
ano que a morte conduziu Benjamim Lima para o seio do Nada, no entanto a sua
memória luminosa continua bem viva no coração de todos aquele que admiravam a
sua pujante inteligência e inata propensão para a arte de escrever.
Benjamim Lima
nasceu em Óbidos, Estado do Pará, a 27 de novembro de 1885, sendo filho de João
Francisco de Araújo Lima e Maria Amélia Mendonça de Araújo Lima.
Era formado em
Direito, tendo exercido cargo no Ministério Público, na Magistratura e no
Magistério e na Administração, revelando em tudo a lucidez de um espírito
talhado para os grandes surtos do pensamento e o caráter de um verdadeiro homem
de bem.
A literatura e a
imprensa foram sempre a sua imensa paixão, tendo estreado bem cedo nas lides
jornalísticas, em cujos campos foi sempre um batalhador das boas causas e um
eterno apaixonado da Beleza.
Sua bagagem
literária, mesmo sob o critério de rigorosa seleção, daria muitos volumes, pois
o preclaro morto era um talento bastante criador, uma alma iluminada de ideias
nobres e sadias, sendo, além disto, de uma rara fecundidade, como bem poucos de
sua geração intelectual.
Benjamim Lima
escreveu numerosas peças teatrais, que lograram grande êxito em todo o país,
visto serem revestidas de alta emotividade e acendrado cunho de brasilidade.
Os que com ele
privaram, ressaltam as suas qualidades de homem finamente educado, um perfeito
gentleman, possuidor de uma conversação atraente e cintilante, que a todos
encantava e seduzia.
Membro da
Academia Amazonense de Letras e de várias associações culturais do país,
Benjamim Lima era um nome que se impunha à admiração de todos, pelo que devemos
continuar a chorar a sua morte, que acarretou uma grande perda para as letras
nacionais.
NOTA: Publicado
no jornal Correio, de 12 de junho de 1949.
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