quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Sobre o teatrólogo e literato obidense Benjamim Lima – 1949

Já decorreu um ano que a morte conduziu Benjamim Lima para o seio do Nada, no entanto a sua memória luminosa continua bem viva no coração de todos aquele que admiravam a sua pujante inteligência e inata propensão para a arte de escrever.
Benjamim Lima nasceu em Óbidos, Estado do Pará, a 27 de novembro de 1885, sendo filho de João Francisco de Araújo Lima e Maria Amélia Mendonça de Araújo Lima.

Era formado em Direito, tendo exercido cargo no Ministério Público, na Magistratura e no Magistério e na Administração, revelando em tudo a lucidez de um espírito talhado para os grandes surtos do pensamento e o caráter de um verdadeiro homem de bem.
A literatura e a imprensa foram sempre a sua imensa paixão, tendo estreado bem cedo nas lides jornalísticas, em cujos campos foi sempre um batalhador das boas causas e um eterno apaixonado da Beleza.
Sua bagagem literária, mesmo sob o critério de rigorosa seleção, daria muitos volumes, pois o preclaro morto era um talento bastante criador, uma alma iluminada de ideias nobres e sadias, sendo, além disto, de uma rara fecundidade, como bem poucos de sua geração intelectual.
Benjamim Lima escreveu numerosas peças teatrais, que lograram grande êxito em todo o país, visto serem revestidas de alta emotividade e acendrado cunho de brasilidade.
Os que com ele privaram, ressaltam as suas qualidades de homem finamente educado, um perfeito gentleman, possuidor de uma conversação atraente e cintilante, que a todos encantava e seduzia.
Membro da Academia Amazonense de Letras e de várias associações culturais do país, Benjamim Lima era um nome que se impunha à admiração de todos, pelo que devemos continuar a chorar a sua morte, que acarretou uma grande perda para as letras nacionais.


NOTA: Publicado no jornal Correio, de 12 de junho de 1949.

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