quarta-feira, 29 de abril de 2020

O Drama de Belterra em 1965


O mato crescendo nos seringais improdutivos, onde pelo menos um dos 1.239 funcionários que ainda agora vivem na região, recebendo total superior a um bilhão e meio por ano, só trabalhou nove horas em todo o exercício passado; as construções arruinadas, tratores e automóveis abandonados ao tempo – eis o deplorável aspecto que o viajante depara hoje em Belterra. A usina de beneficiamento de látex está reduzida a um montão de sucata. E toda a produção deste centro, que foi um dia a esperança de Henry Ford e hoje é um símbolo de desastre governamental, mal atinge 318 toneladas de borracha centrifugada, de qualidade contestável.

A situação de Belterra e Fordlândia em 1950


A Companhia Ford do Brasil desistindo dos seus planos de cultura da seringueira na Amazônia, região que produz o melhor látex do mundo, cedeu ao Governo Brasileiro as duas propriedades e instalações que, em 1928, iniciara no Estado do Pará. Fordlândia e Belterra são, hoje, duas cidades modernas. Naquela (Fordlândia), as plantações de seringueiras estão sendo substituídas por outras culturas e, também, pela pecuária. Em Belterra o trabalho prossegue tendo como base a “HEVEA”, de que há 2 milhões e meio de exemplares, todos de dupla enxertia. Esses núcleos são superintendidos pelo Instituto Agronômico do Norte que se dedica ao estudo da árvore da borracha, à cultura do arroz, timbó, juta e sementes oleaginosas.

Um retrato de Belterra em 1955


Tive também ensejo de manifestar a decepção que nos proporcionara a visita feita a Belterra, onde inúmeros brasileiros passavam fome, abandonados pelos poderes públicos. Tão triste a situação desses patrícios perdidos naquele inferno verde que não tivemos coragem de levar até o fim o regabofe que nos foi oferecido pela administração de Belterra. Repugnara-nos comer peru e outras iguarias diante daquela gente cujas vísceras se contorciam por falta de trabalho, já que não recebiam alimentos para a faina que lhe é própria. Não era um Tântalo que tínhamos diante das nossas vistas, mas centenas deles, cada qual mais esquálido e esfaimado. 

A compra de Belterra e Fordlândia


O governo vai comprar a “Fordlândia” por 250 mil dólares, ou seja, em moeda nacional, cinco milhões de cruzeiros, o que representa cinco por cento do valor atribuído pela avaliação procedida pelo diretor do Instituto Agronômico do Norte, o qual verificou o valor comercial daquele patrimônio em mais de 93 milhões de cruzeiros, em outubro de 1944.
A Companhia Ford, segundo dados divulgados, empregou na Fordlândia e na Belterra mais de 155 milhões e quinhentos mil cruzeiros, calculando-se que teve um prejuízo de mais de 67 milhões. Em Belterra existem mais de 3 milhões de seringueiras formadas por dupla enxertia.

domingo, 19 de abril de 2020

Missão Cururu – construção na década de 1950



Nestas duas fotos podemos ver um grupo de indígenas mundurucus da Missão de São Francisco do Cururu, realizando um trabalho de construção em fins da década de 1950.

Missão Cururu – pescaria na década de 1950



Grupo de indígenas, acompanhado de um missionário da Ordem Franciscana, em um dia de pescaria, em fotografia de fins da década de 1950.

Missão Cururu – grupo de indígenas na década de 1950



Grupo de indígenas da Missão de São Francisco do Cururu, recepcionando militares da aeronáutica após pouso na pista da Missão, em fins da década de 1950.

Missão Cururu – mulheres indígenas na década de 1950



Um grupo de mulheres indígenas mundurucus da Missão de São Francisco do Cururu, em fotografia de fins da década de 1950.

domingo, 5 de abril de 2020

Desembarque das máquinas do DER em Santarém



Desembarque do maquinário do Departamento de Estradas de Rodagem – DER do Pará no antigo Trapiche Municipal de Santarém, enviadas para levar à feito a implantação da “Operação Tapajós”, durante o Regime Militar.

Construção da Rodovia Santarém-Curuá-Una



Trecho da rodovia que liga a cidade de Santarém à hidroelétrica de Curuá-Uma, próximo da comunidade de Santa Rosa, quando do período de sua construção na segunda metade da década de 1960.

Grupo Escolar Frei Ambrósio em fins da década de 1960



Trecho do então Grupo Escolar Frei Ambrósio, no final da década de 1960, após reforma efetuada pelo governo do Estado do Pará.

Sobre um tremor de terra em Santarém – 1885


Diversas pessoas vindas do Urucurituba nos dizem ter-se lá ouvido, às 6 horas da manhã do dia 4, fortes estampidos semelhantes ao troar de um canhão monstro e tremer ligeiramente a terra por alguns instantes, repetindo-se isto por vezes, no espaço de uma hora.
Em muitas casas desta cidade se nos disse ter-se também sentido tremer a terra, chocalhando-se os vidros e batendo-se as portas, inclinando-se os móveis.
No coro da Igreja Matriz, três pessoas que lá se achavam, também sentiram o tremor, ficando estonteadas e vendo o órgão abalar-se claramente.

sábado, 4 de abril de 2020

Os franciscanos e a Educação em Santarém – 1958


Esforço educacional dos padres franciscanos no Estado do Pará. A Prelazia de Santarém pertence aos padres franciscanos desde 1903. Era a maior do mundo com seus 794.313 km quadrados. Atualmente está dividida em 14 paróquias. Mantém 53 escolas primárias frequentadas por 3.160 alunos; 4 escolas secundárias com 472 alunos; 1 Escola Profissional; 2 orfanatos para meninas; 4 jardins de infância com 230 crianças e 8 Bibliotecas públicas. Depois vem os ignorantes e maliciosos dizendo com a boca cheia que os frades não fazem nada, que são atrasados e outras bobocadas. 

Um pedido de garantias pelo juiz de Óbidos – 1950


O juiz eleitoral de Óbidos acaba de pedir ao T.R.E. o envio, àquele município, da força federal, para garantir o livre exercício do voto, em vista da manifesta falta de garantias por parte do governo do Estado.
O pedido se prende ao fato de haver o governador nomeado para adjunto de promotor o sr. Jaime Castelo Branco, que já agrediu o juiz em pleno exercício de função. 

Inauguração do Colégio Álvaro Adolfo – 1966



Momento em que o Governador do Pará, Alacid Nunes e o Prefeito de Santarém, Everaldo Martins, fazem a inauguração do Colégio Álvaro Adolfo da Silveira. Acervo familiar de Everaldo Martins.

Inauguração da Praça Barão de Santarém – 1964



Nestas duas imagens podemos ver o momento da inauguração da Praça Barão de Santarém, construída na gestão do prefeito Everaldo Martins, em 1964, com a presença do então vereador Ronaldo Campos. Acervo familiar de Everaldo Martins.

Colação de Grau do Colégio São Raimundo – 1965



Grupo de alunas do Ginásio Normal São Raimundo Nonato, na colação de grau do ano de 1965, tendo o prefeito Everaldo Martins como paraninfo. Acervo familiar de Everaldo Martins.

Inauguração de Escola em Mojuí dos Caboclos



Registro da inauguração da Escola Municipal São João Batista, na comunidade de Mojuí dos Caboclos, construída na segunda gestão do prefeito Everaldo Martins. Hoje a comunidade está localizada no município de Mojuí dos Campos. Acervo familiar de Everaldo Martins.


sexta-feira, 3 de abril de 2020

Uma descrição de Alenquer em 1907


Há mesmo uma cidade que, sem disputar a primazia de Belém, poderá ser um centro riquíssimo de trabalho e produção: é a cidade de Alenquer, situada à margem de um dos furos do Amazonas, à esquerda. Fica justamente na extrema dos “Campos Gerais”, que daí se estendem até as Guianas. As matas ali se prestam perfeitamente à cultura de cereais, e os campos já são aproveitados para a criação. O gado se multiplica rapidamente. Nenhum outro ponto do vale do Amazonas é mais salubre, nem de mais futuro.

Santo Antônio de Alenquer e a enchente de 1953


Está ameaçada a Festa de Santo Antônio, padroeiro da cidade (de Alenquer), em virtude da enchente do Amazonas. A tradicional festa religiosa, que tem início a primeiro de junho e vai até o dia 13, atrai romeiros de Monte Alegre, Santarém, Óbidos, Oriximiná e Terra Santa, além de ser considerada a maior concentração de povo do Baixo Amazonas. A população está orando, pedindo a Deus que faça as águas baixarem. 

Sobre o prefeito Aricine Andrade, de Alenquer – 1947


Está em Belém, desde alguns dias, uma das figuras mais expressivas mais idealistas e cativantes do PSD, no Pará: Aricine Andrade.
Conhecemo-lo ontem, digamos assim, porque do mês derradeiro do ano passado data a primeira vez que nos encontramos. Foi quando a “Caravana da Vitória” sulcou o Rio Mar em busca dos leais caboclos, inteligentes e honestos, que lhe habitam as margens.
Em Alenquer formos encontrar um dos mais curiosos fenômenos sociais sócio-políticos que nos foi dado observar entre os municípios que percorremos: identificação quase absoluta de sua população com seu governante. E é preciso notar: estivemos frente a prefeitos estimados com exaltação por seus munícipes, como os Araújos de Óbidos e Santarém, por exemplo.

Notícias de Alenquer em 1883


Da vila de Alenquer acabamos de ter notícia por um próprio que dali veio, de que o estado sanitário em geral, era o mais satisfatório possível.
A comissão censitária, da qual é presidente o sr. A. F. Simões, recebeu, mandada pelo governo, a quantia de 1:500$000 (um conto e quinhentos mil réis) – para ser distribuída pelos que coadjuvaram os trabalhos do recenseamento da população.

Alenquer e Paulo Maranhão – 1947


O nosso correspondente em Alenquer transmitiu-nos os resultados das apurações ali feitas, por onde se observa que o major Moura Carvalho obteve 1.262 votos contra 438 dados ao sr. Zacarias Assunção. Na votação para senador, o dr. Augusto Meira recebeu 1.232 votos contra 10 dados ao sr. Paulo Maranhão. O mais expressivo é a abstenção deliberada dos eleitores das “Oposições Coligadas”, que se negaram a depositar na urna as chapas com o nome sinistro do famigerado Maranhão, votando em branco, para senador, 501 eleitores.

A enchente de 1953 e as casas que ruíram em Alenquer


Ruíram mais três casas nesta cidade, estando entre elas as das senhoras Virgilia Marques e Manuela Tavares, esta no bairro de Loanda, que é o mais alto de Alenquer. A casa “Virgem de Nazaré”, de propriedade do grande negociante Euclides Cabral, está começando a ceder, obrigando a transferência da família e das mercadorias para outros lugares. 

A estrada de Alenquer para os Campos Gerais e Alto Curuá – 1891


No dia 21 de janeiro foi solenemente inaugurado o serviço da grande estrada da cidade aos Campos Gerais e Alto Curuá, serviço que vai sendo feito por subscrição popular. Dirige os trabalhos o hábil agrimensor sr. Lourenço Couto, que com patriotismo e desinteresse associou-se a esse grande melhoramento, de magno alcance para o futuro daquela prospera cidade. Até o dia 31 de janeiro já estavam prontos 15 quilômetros de estrada adotada para passagem de carros, etc.

Primeiro juiz da Comarca de Alenquer – 1891


A população da bela cidade de Alenquer recebeu com brilhantes festas o primeiro juiz de direito daquela nova comarca, dr. Affonso Barbosa da Cunha Moreira, que ali chegou no dia 1º de fevereiro do corrente.
Recebido a bordo do paquete por grande número de cavalheiros e comissões do Partido Republicano, Intendência e outras, o ilustre magistrado e sua exma. Família desembarcaram cercados de todas as provas de consideração.