quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Um pitoresco cruzamento da Santarém dos anos de 1950


A esquina da antiga Rua do Comércio (atual Lameira Bitencourt) com a Travessa dos Mártires em idos dos anos 1950. Pode-se ver parte da antiga loja “O Castelo” com sua escadaria, a antiga loja “A PERNAMBUCANA” e o Tapajós Hotel. Em época de cheia dos rios Tapajós e Amazonas, esta parte da “orla” de Santarém já era “point” dos pescadores, tal como podemos ver na atual orla da atual Avenida Tapajós. Foto cedida ao blog pela senhora Eunice Corrêa.



As obras na “Vala da Barjonas de Miranda” e o fim da politicagem


A “Vala da Barjonas de Miranda é Necessária”, com esse título, o jornal de Santarém do dia 15 de fevereiro de 1969 estampava pequena notícia jornalística sobre a grande vala que era a travessa Barjonas de Miranda. O texto jornalístico dizia:
Sim, prezados leitores, por incrível que pareça, aquela enorme vala, que tem sido motivo de muitas falações e até cavalo de batalha de muitos candidatos às vésperas de eleições, no momento não pode ser aterrada, porque o seu leito vai receber a galeria que será instalada (vide foto), dentro de mais alguns dias, pelo DNOS, antes de ser iniciada a construção do cais de saneamento com que nossa cidade será dotada dentro de vinte meses, conforme estabelece o plano da obra, que já foi iniciada.




Incentivo ao Esporte Santareno no ano de 1944


O sr. Valdomiro Almeida, nosso distinto e benquisto Secretário Municipal, sempre empenhado na luta de soerguer o esporte futebolístico em Santarém, para o melhoramento do nosso padrão eugênico, tudo tem feito para que os esportistas locais demonstrem sua superioridade, quer na conquista de contínuas vitórias em prélios que se verifiquem em nossos gramados, quer levando, além das fronteiras do município, o renome da nossa cultura física.

A Homenagem ao Pastor Sóstenes Pereira de Barros

No dia 06 de fevereiro expirante, a comunidade batista de Santarém regozijou-se com a passagem de um feliz evento.
É que, neste dia, completou 10 anos de atividades evangélicas, neste Município, o pastor Dr. Sóstenes Pereira de Barros, que vem realizando um trabalho digno dos maiores louvores, como prova, o majestoso templo da Igreja Batista, na travessa Barão do Rio Branco.
Por outro lado, a maneira fidalga e cavalheiresca com que o pastor Sóstenes distingue a quantos privam de suas relações, tem-lhe granjeado um grande número de admiradores, fora mesmo do âmbito dos seus irmãos de fé.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O “Rio Guaporé” e o Trapiche Municipal em 1962

No ano de 1962, o sr. Jessé Dantas de Feitosa tirou esta fotografia para lembrar da reforma feita no Trapiche Municipal durante o mandato do prefeito Ubaldo Corrêa, que possibilitou a atracação de navios de grande porte como o “Rio Guaporé”, visto na fotografia. Foto cedida ao blog por dona Neide Lira.



Sugestões da Associação Comercial para melhorias em Santarém – 1947


1º - Como medida urgente e moralizadora, torna-se necessário e imprescindível, a unificação dos impostos (Imposto Único), pago na entrada da mercadoria, facilitando a cobrança e simplificando as despesas para o Estado e para o importador, além de beneficiar grandemente os consumidores, a exemplo do que se vem fazendo nos Estados do Amazonas e São Paulo.
2º - Melhoramento das estradas de rodagem e penetração, notadamente da rampa da serra (Piquiatuba), tornando fácil e seguro o acesso ao planalto, onde estão situados os principais núcleos agrícolas do município, e estudo para solução do abastecimento de água no mesmo planalto.
3º - Aberturas de novas estradas de rodagem, principalmente a que deverá ligar Santarém à Belterra.

Sobre a construção de um Porto para Santarém – 1934


Em cumprimento da missão que lhe foi confiada pelo Governo Federal, de estudar as possibilidades do nosso porto, muito interesse demonstrou o ilustre engenheiro, dr. Mário Parijós, que entre nós há pouco esteve, por que nossa urbe seja dotada dum melhoramento portuário correlativo ao seu crescente progresso comercial e marítimo.
Assim, após fazer os necessários estudos inerentes ao que se projeta em benefício do nosso porto, o dr. Parijós levantou a planta da cidade, colheu importantes dados estatísticos, tudo fez, enfim, no sentido de aparelhar documentação com que se possa pleitear, junto ao Governo Central, o melhoramento em evidência.

O prefeito Ildefonso Almeida e a cobrança de impostos em Santarém


Alguns comerciantes de nossa praça têm sentido o rigor e a perfeição com que se está fazendo o lançamento do imposto de indústria e profissão para o ano de 1933. 
E não só no comércio, como também entre muitos daqueles que estão sujeitos ao referido imposto, se vem estranhando a rigorosidade deste serviço.
Rogos, protestos, imprecações, blasfêmias, tudo isso tem sido lançado da boca daqueles que estavam acostumados a sonegar impostos e a lesar o fisco.
Porém, a nada se curva o nosso Prefeito, sempre pronto a atender o que é justo e sempre pronto também a fazer aplicar e respeitar a lei, fira a quem ferir, doa a quem doer.

A “Assembleia Feminina” da cidade de Alenquer – 1926


É amanhã (23 de maio), impreterivelmente, que se realiza, na vizinha cidade alenquerense, a inauguração da futurosa associação “Assembleia Feminina”, recentemente fundada.
Na lancha motor “Aida”, gentilmente cedida pelo senhor Antônio Monteiro, partirá, amanhã, a delegação da “Assembleia Santarense”, com o respectivo jazz-band, a fim de tomar parte na auspiciosa festa.
A “Aida” estará atracada no trapiche municipal às 8 horas da manhã, saindo às 8 e ½.

Sobre educação em Santarém no ano de 1925


De acordo com a circular da Secretaria Geral do Estado do Pará e de conformidade com o sr. Presidente do Conselho Escolar, ficam designados os dias úteis de 03 a 07 de novembro de próximo entrante, para terem lugar os exames de passagem de ano e finais de curso em cada uma das aulas das “Escolas Agremiadas” desta cidade, sendo as bancas examinadoras organizadas da seguinte forma:
Dia 03 – Escola masculina, regida pela normalista Olympia da Costa Lima. Examinadoras: D. D. Joaquina Martins Caldeira, Maria Duarte Couto, Antonieta Dolores Teixeira e Hélia Rodrigues dos Santos.
Dia 05 – Escola elementar feminina, regida pela normalista Maria Duarte Couto. Examinadoras: D. D. Joaquina Martins Caldeira, Olympia da Costa Lima, Hilda de Almeida Motta e Antonieta Dolores Teixeira.

A “Festa dos Postes” e o futebol em Santarém – 1934


Chegou, afinal, o dia prometido para a realização da auspiciosa “Festa dos Postes”. Vai, pois, o nosso público ter o ensejo de assistir e aclamar um meeting esportivo em que tomam parte todos os grêmios locais que praticam o futebol.
A parada de hoje não é apenas uma interessante festa em que vão medir força os melhores pebolistas dos nossos gramados; não é apenas uma festa em que vai exibir a sua performance a radiosa mocidade que fortalece o físico na prática sadia dos esportes. É mais do que isso, uma festa de cordialidade esportiva, uma festa de Santarém, uma nobre festa que visa um nobre fim – o engrandecimento desta querida terra.
Daí o interesse que vem despertando em todas as classes o promissor festival, que vai ser de certo um acontecimento digno do fim a que se destina.

Momento Poético: Manda-nos o teu olhar!... Manda-nos a tua bênção!...


Por padre Manuel Rebouças Albuquerque

Porque esta obra, ó Mãe, logo ao nascer é tua,
Derrama sobre nós o teu materno olhar,
Que tem brilhos de sol, irisações de lua,
Nem pode haver na terra um tão feliz luar!...

Que assim como começa, humilde, mas só tua,
Possa na Santa Igreja esta obra prosperar,
E prossiga feliz, e humilde se conclua,
Pondo eleitos no Céu e santos sobre o altar. 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

O extraordinário espetáculo do “Professor Tássu”

Voltará a exibir-se hoje (21 de março) no palco da Rádio Clube de Santarém, o extraordinário ilusionista mocorongo: Professor Tássu, que tem merecido os mais calorosos elogios de quantos já presenciaram os seus assombrosos trabalhos de mágica que são verdadeiramente de deixar estarrecida a enorme assistência que vem comparecendo aos espetáculos da ZYR-9.
Ainda não havia aparecido nesta terra um artista do gênero, tão perfeito, que empolgasse pelo ineditismo de seus trabalhos e granjeasse tão grande número de admiradores, fazendo convergir para o auditório da nossa Rádio Clube a incalculável massa de espectadores, que ávidos de emoções novas, tem prestigiado com sua presença as sensacionais revelações e artimanhas do prof. Tássu.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

O Projeto Rondon em Santarém – 1972

Conforme vem acontecendo anualmente, por ocasião do recesso escolar do início de cada ano, Santarém acaba de receber mais uma equipe de universitários integrados ao Projeto Rondon, que durante alguns dias vão dedicar-se ao serviço de assistência à população no interior da região levando os seus conhecimentos em forma de orientação e assistência às necessidades que mais afligem os nossos irmãos do campo e das regiões ribeirinhas, recebendo, em troca, novas experiências que serão acrescidas àquelas de que já são possuidores.
Esse é um esforço do Governo que conta com o entusiasmo e boa vontade do jovem, em favor da verdadeira integração da Amazônia, porque essa atividade visa atingir o homem que é o principal elemento no processo de desenvolvimento regional.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Momento Poético: Perdoai-me, Senhor!

Por Evangelista Damasceno

Perdoai-me, Senhor, eu andar pecando,
Mas não a posso esquecer-me um só momento
E, embora esforços eu faça neste intento,
Lembro-me dela até se estou sonhando!

E, enquanto os dias vão, céleres, passando...
Dentro do meu coração cresce o tormento
De deseja-la, como um mísero sedento,
Sem que a esperança vá me abandonando!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Uma boa nova para o futebol santareno em 1932

Segundo ouvimos falar, cogita-se, entre nós, da criação de uma Liga Desportiva. E é bem tempo, já, de tratarmos com mais cuidado e mais zelo, do nosso esporte.
À nossa futura Liga se filiarão, ao que nos consta, os seguintes grêmios locais:
São Francisco Sport Club
Independência Foot-Ball Team
Atlântico Foot-Ball Club
Vera Cruz Team
Operário Foot-Ball Club
Amazonas Yole Club
Andarahy Foot-Ball Club
Viking Foot-Ball Team 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Dez curiosidades sobre a História de Monte Alegre...


Por Pe. Sidney Augusto Canto

01. O pároco liberal de Monte Alegre...
Em 1867, o pároco de Monte Alegre, padre José Vasques da Cunha Pinho, era um sacerdote ligado ao partido Liberal. No ano anterior já havia sido ameaçado pelo Bispo de suspensão de ordens por conta de suas ideias liberais. Conseguiu exercer, além de pároco, a função de vereador. Suas posições liberais atraíram a oposição dos conservadores monte-alegrenses, entre eles o próprio delegado de polícia da Vila, que não pouparam esforços em denegrir sua imagem. No entanto, era o maior aliado do chefe do partido Liberal em Monte Alegre: Antônio José da Gama Malcher.

02. A epidemia de varíola e os socorros públicos...
No ano de 1867, Monte Alegre foi assolada por uma epidemia de varíola. As estatísticas oficiais do ano seguinte falam de 150 infectados na Vila dos quais pelo menos 30 vieram a óbito. O Presidente da Província acorreu com ajuda: medicamentos, gêneros para dietas e algum dinheiro para despesas com aluguel e enfermaria, porém... atento às reclamações emanadas de gente do povo, não as repassou à Câmara da Vila (como fez com diversos outros lugares atingidos pela epidemia), mas a uma comissão nomeada pelo governo Provincial. O valor repassado foi de 963$000 (novecentos e sessenta e três mil réis).

03. A difícil tarefa da conclusão da Igreja Matriz...
Corria o ano de 1868... já havia anos que as obras da Igreja Matriz de São Francisco de Assis, em Monte Alegre, precisavam ser concluídas, pois segundo constava no relatório do governo provincial de 1860, desde 1830 os serviços estavam parados e as celebrações eram feitas na pequena capela do Bom Jesus. Naquele ano de 1868, foi feito o orçamento para o serviço de conclusão das paredes e cobertura do templo, importando em 4:737$515,2 (quatro contos, setecentos e trinta e sete mil e quinhentos e quinze réis). Marcada a arrematação pública para o dia 29 de outubro, não houve quem arrematasse a obra. Remarcada para o dia 19 de novembro, novamente não houve interessados em fazê-la. Em 04 de dezembro do mesmo ano, o governo Provincial mandou colocar novamente em arrematação até que houvesse alguém interessando em concluir a Matriz.

04. A exploração mineral em Monte Alegre...
Neste mesmo ano de 1868, o presidente da Província do Pará enviou para Monte Alegre o engenheiro Antônio Joaquim de Oliveira Campos, com o objetivo de o mesmo explorar e examinar as pedras graníticas e calcárias existentes em Monte Alegre e verificar a possibilidade de usá-las nas obras públicas da Província.

05. As comemorações pela vitória na Guerra do Paraguai...
No dia 22 de maio de 1870, Monte Alegre recebia a notícia do final da vitoriosa campanha da Guerra do Paraguai. Imbuída de espírito patriótico, a população comemorou o fato neste dia, com um “Te Deum” seguida de uma “Missa Solene”. À noite, houve alegre passeata pelas ruas, ao som de vivas à S. M. o Imperador, ao exército e à armada brasileira, seguido de um fausto jantar servido a todos. No dia seguinte, 23 de maio, uma “Missa de Requiem” foi celebrada pelos falecidos na guerra, tendo o professor público feito um discurso, encerrando-se o ato.

06. O Protesto Liberal e a questão religiosa...
Em 1872, por conta da chamada “Questão Religiosa”, o Bispo do Pará, Dom Antônio Macedo Costa, recebeu diversos manifestos de adesão. Em Monte Alegre, entretanto, ficou famoso um PROTESTO feito pelos membros do Partido Liberal, contra o reverendo Bispo. Assinado pelos senhores Antônio José da Gama Malcher, Antônio Pereira da Silva, Joaquim Barbosa de Amorim Sobrinho, Numa Loureiro e Antônio José Pinheiro, o protesto terminava com esta frase: “Somos liberais católicos e não hipócritas”.

07. O aluguel da cadeia pública de Monte Alegre...
No ano de 1878, Monte Alegre ainda não possuía um prédio público próprio para sua Cadeia, e o governo da Província pagava aluguel de uma casa para este fim. Naquele ano, o delegado de polícia de Monte Alegre celebrou o termo de contrato de aluguel com a menor Maria Rodrigues de Oliveira Pantoja, representada pelo seu pai, João da Anunciação de Oliveira Pantoja, para o arrendamento, pelo prazo de três anos e pagando-se 200$000 (duzentos mil réis) anuais, pelo prédio que servia de cadeia pública. Como diziam os jornais da época: “sabe-se com quem e sabe-se a quanto”.

08. A questão da liberdade dos escravos...
Monte Alegre possuía, no ano de 1833, cerca de 290 escravos. A maioria trabalhava nas fazendas e alguns eram servos na cidade. Esse número aumentou após a Cabanagem. No entanto, em 13 de junho de 1884, foi fundada, por inciativa do senhor Antônio Pereira da Silva e de outros cidadãos humanitários, a Sociedade Abolicionista “13 de Junho”, com o objetivo de promover a gradativa liberdade aos escravos monte-alegrenses.

09. A epidemia de gripe e associações civis...
Em 1918, por causa da epidemia de gripe reinante na cidade, a Sociedade Beneficente “União de Monte Alegre” teve que, pela primeira vez, adiar as eleições estatutárias para a presidência da mesma, que só foi realizada a 29 de dezembro desse ano, tendo sido reeleito para a presidência da mesma o sr. Leocádio da Costa Macedo.

10. A questão de limites entre Monte Alegre e Santarém...
No dia 06 de setembro de 1890 foi criada uma escola elementar no lugar Paracary. A escola foi instalada e administrada pela Intendência de Monte Alegre. Em 1893 a Intendência de Santarém protestou contra a construção da Escola perante o governo do Estado. Teve aí a origem de um contestado de limites entre Monte Alegre e Santarém. Em 1921, para sanar o contestado existente, o governo do Estado baixou um decreto estabelecendo a linha divisória entre os dois municípios. Apesar do Intendente Municipal de Monte Alegre, sr. Manuel Joaquim ter aceito os termos do Governo, o Conselho Municipal, sob a presidência do mesmo Intendente, reunido a 25 de julho de 1921, resolveu protestar e não aceitar o decreto estadual. E a pendenga continuou...

Dez curiosidades sobre a História de Alenquer...


Por Pe. Sidney Augusto Canto

01. Sobre a defesa da Vila em tempos conturbados...
Em 1823, a Câmara da Vila de Alenquer, por meio de uma “Representação”, solicita à Junta Provisória do Governo da Província que se crie na dita um Corpo de Milícias para promover a futura segurança de seus moradores. Em 27 de maio daquele ano, a Junta do Governo do Grão-Pará, autoriza a Câmara de Alenquer a formar uma “Companhia de Voluntários Civis Nacional”, composta principalmente de moradores voluntários da Vila ou por todos que por impulso patriótico quisessem concorrer a este serviço.

02. A proclamação da Liberdade dos Escravos...
No dia 28 de março de 1824, por volta do meio dia, os revolucionários que haviam tomado a Vila de Monte Alegre, tomam, sem derramamento de sangue, a Vila de Alenquer (parece que o Corpo de Milícias autorizado no ano anterior não funcionou). Foi nesta data e nesta Vila de Alenquer que os revolucionários nativos, vindo de Monte Alegre, proclamaram a LIBERTAÇÃO DE TODOS OS ESCRAVOS NEGROS.

03. Uma extinção não muito querida...
Em 1833 a Vila de Alenquer foi extinta pelo governo da Província e seu território foi anexado à Vila de Santarém. Tal fato fez com que a Câmara apresentasse uma representação no dia 03 de julho daquele ano, pedindo que lhe fosse mantido o título e condição de Vila. No entanto, em 05 de novembro do mesmo ano, o Presidente da Província manda que o Juiz de Paz de Alenquer dê ciência aos membros da extinta Câmara da Vila, que o Conselho do Governo, em sessão do dia 29 de outubro p. p., decidiu não atender à representação do dia 03 de julho por “não haver necessidade de manter a Vila que não tinha pessoal idôneo para os cargos públicos”.

04. O roubo do Tesouro Municipal de Alenquer...
Corria o ano de 1854... A Casa da Câmara de Alenquer foi arrombada. Do cofre do Tesouro Municipal foi levada a quantia de 121$240 (cento e vinte e um mil e duzentos e quarenta réis). O promotor público de Santarém foi designado a 18 de novembro para apurar, descobrir, processar e punir os autores desse assalto. Não há notícias se o promotor conseguiu este intento.

05. Escravos recuperados tinham que ser cristãos...
Em 1876, o delegado de polícia de Alenquer, Luiz de Oliveira Martins, prendeu 135 negros (entre adultos, mulheres e crianças) no Quilombo do rio Curuá, distrito de Alenquer. Fez isso sem emprego de força pública. Dos 135 escravos recapturados, 115 foram batizados nos dias 21 e 22 de março de 1876, antes de serem encaminhados para a Capital da Província, a bordo do vapor “Óbidos”.

06. Conflito entre o Juiz Municipal e o Vigário...
Em fins de 1888, o juiz municipal de Alenquer pronunciou o vigário da paróquia de Santo Antônio, padre Joaquim Magno da Silveira e o acusou de ter “estuprado uma rapariga”. Ao tentar prender o padre o povo se revoltou e o defendeu da prisão. Na confusão, tiros foram dados, ao menos uma pessoa morreu e o juiz teve que fugir para Santarém. A acusação de estupro partiu de inimigos políticos do padre. O processo acabou arquivado e cada um, juiz e padre, seguiram seus caminhos.

07. Antigas noites teatrais em Alenquer...
Na noite do dia 27 de setembro de 1890, Alenquer viu acontecer a primeira apresentação da Empresa Teatral de Marvão & Cardoso, fundada na cidade alguns dias antes. Os atores, apesar das dificuldades, conseguiram desempenhar satisfatoriamente os seus papéis, arrancando aplausos e o respeito do povo alenquerense.

08. Colocando trilhos no Trapiche Municipal...
Em 1895, o Conselho Municipal de Alenquer deliberou abrir concorrência para o fornecimento e colocação de trilhos “Decauville” na ponte e trapiche da cidade, bem como para a aquisição de vagonetes para transporte de cargas e de um guindaste para facilitar a retirada e colocação das mesmas.

09. A enchente e o pedido de um hospital...
Por ocasião da “grande enchente” de 1918, o Intendente Municipal de Alenquer, Francisco Bentes Monteiro, apela ao Governo do Estado que construa um Hospital para os doentes, pois muitos deles morrem, não somente pela falta de médico e remédios, como também a de um hospital onde possam ter higiene no tratamento e na alimentação.

10. Uma entidade católica que marcou era em Alenquer...
No dia 27 de outubro de 1934, aproveitando uma visita dos Congregados Marianos de Santarém, era fundada, em Alenquer, a Congregação Mariana, que tinha como Diretor Espiritual a pessoa do religioso franciscano Frei Luiz Wandt e que arregimentou a juventude e os homens locais para atividades religiosas e sociais da Igreja Católica em Alenquer.

Um exemplo a seguir – 1923

O Município de Santarém reduz os seus impostos e cria prêmios aos agricultores e industriais...
Não nos podemos furtar ao registro de alguns atos do Conselho Municipal de Santarém, os quais devem ter grande e especial divulgação, tais os aplausos que mereceram do comércio, industriais e agricultores do rico e opulento município, em boa hora confiado à administração criteriosa e honesta do dr. Rodrigues dos Santos.
É bem verdade que, assim procedendo, tanto o legislativo como o executivo santarenos nada mais fazem do que cumprir estritamente o seu dever, trabalhando para o engrandecimento da terra e do povo que lhes confiou o poder. Mas, numa época em que os governantes parecem terem perdido a noção das responsabilidades, administrar bem, cumprir com honestidade e critério um mandato, são fatos que atraem as atenções e por isso mesmo arrancam aplausos e devem ser divulgados como exemplos a seguir.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Dez curiosidades sobre a História de Itaituba...


Por Pe. Sidney Augusto Canto

01. A Paróquia de Santa Ana não ficava em Itaituba...
Quando o governo da Província do Pará criou a paróquia de Santa Anna, no ano de 1854, sua sede ficava na Vila de Brasília Legal. Somente por meio da Lei Nº 290, de 15 de dezembro de 1856 (que criou a Vila de Itaituba) é que a paróquia de Santa Anna, mantendo todos os privilégios de sua criação, apenas mudou sua sede para a recém-criada Vila de Itaituba.

02. A primeira verba para a nova Vila de Itaituba...
A Câmara Municipal da Vila de Itaituba só teve aprovada a sua primeira “verba” pela Assembleia Legislativa Provincial por meio da lei 326, de 10 de outubro de 1858, ano em que foi instalada a Vila. O valor da verba era de 515$000 (quinhentos e quinze mil réis).

03. Um conflito entre o padre e o subdelegado de polícia...
Em 1855 o povoado de Itaituba era atendido pelo missionário capuchinho italiano Frei Egídio de Garesio. Por questões de interpretação de poder, o referido missionário entrou em atrito com o Subdelegado de Itaituba que parecia querer impedir que o padre celebrasse missas em Itaituba. O fato foi parar nas mãos do Presidente da Província que, em 01 de agosto de 1855, oficiava a Frei Egídio, informando que o Subdelegado não podia impedir o culto, mas que o frade o informasse sempre que o fosse fazê-lo.

04. Um registro epidêmico em Itaituba...
No ano de 1856, antes mesmo de Itaituba ser sede de uma Vila, sua população foi atacada por uma epidemia de “febres intermitentes”. Foi assim que, em 26 de julho de 1856, o presidente da Província, Henrique de Beaurepaire Rohan, envia ao Subdelegado de Polícia de Itaituba, os medicamentos necessários para conter a sobredita epidemia.

05. O sonho de ligação com o Mato Grosso...
No seu relatório apresentado em 01 de novembro de 1863, o presidente da Província do Pará, Araújo Brusque, informa à Assembleia Provincial que incumbiu o cidadão Antônio Gentil Augusto e Silva que com a ajuda dos tuxauas mundurucus Sauba-Caruato e Dutiba-Boiben, respectivamente chefes das malocas Apetury e Cabruá, deveria explorar a abertura de uma estrada que vencesse as cachoeiras entre Itaituba e a fronteira com a Província do Mato Grosso.

06. Falecimento do pároco de Itaituba...
No dia 01 de julho de 1877, vitimado pelo beribéri, falece o vigário da paróquia de Itaituba, o padre Manoel Antônio Rebello. Estimado pelos seus paroquianos ele foi o padre que deu início à construção da Igreja Matriz de Santa Anna, padroeira de Itaituba.

07. Doações para a reconstrução da Matriz...
No dia 10 de novembro de 1896, o Intendente Municipal de Itaituba repassa a quantia de 4:000$000 (quatro contos de réis) para a Comissão encarregada das obras de reconstrução da Igreja Matriz de Itaituba. Cinco dias depois, em comemoração da grande data Nacional da Proclamação da República, o coronel José Joaquim de Moraes Sarmento e sua esposa fazem doação, para a dita obra da matriz de Santa Anna, da importância de um conto de réis.

08. A ajuda itaitubense para construir um hospital em Santarém...
A Lei Municipal Nº 207, de 07 de abril de 1913, sancionada pelo Intendente Interino do Município de Itaituba, José dos Santos Sampaio, autoriza o município, quando dispor em seus cofres municipais, a doar a quantia de um conto de réis para a Sociedade Beneficente São Sebastião, em Santarém, para que a mesma possa construir um hospital.

09. O início das sondagens para encontrar petróleo...
No dia 22 de abril de 1925, chega a Itaituba o engenheiro Avelino de Oliveira, que escolhe a boca do igarapé Bom Jardim para iniciar sondagens geológicas em busca de petróleo. Às 16h do dia 20 de julho do mesmo ano, com a presença do Intendente Municipal, José Joaquim de Moraes Sarmento, teve início a sondagem, levada a cabo pelo sondador mecânico João Cândido Soares.

10. Os primórdios da Comarca de Itaituba...
Criada pelo decreto Nº 226, de 26 de novembro de 1890 e classificada como de primeira entrância, a Comarca de Itaituba foi instalada no dia 20 de fevereiro de 1891, tendo o seu primeiro juiz de direito nomeado no dia 02 de dezembro de 1890, na pessoa do dr. José Gomes de Souza Portugal. O seu primeiro promotor público foi o capitão José João de Mattos Júnior, nomeado a 29 de junho de 1891. Compunha-se de um único Distrito Judiciário (Lei Nº 15, de 14 de janeiro de 1892), dividido em três circunscrições (Ato de 06 de abril de 1892), a saber: Itaituba, Brasília Legal e Aveiro.

A “União Portuguesa” de Santarém – 1917

Diversos membros da colônia portuguesa, reunidos, na tarde de domingo último (29 de julho de 1917), num dos vastos salões superiores da casa comercial “O Castello”, trataram da organização de uma sociedade que será como que a propugnadora dos interesses portugueses nesta cidade.
Tratando-se de uma associação que de grande proveito será para os lusitanos aqui domiciliados, mormente nestes tempos de apreensão em que sua pátria se acha empenhada na honrosa luta que convulsiona o mundo, certo é que nenhum dos filhos de Portugal que entre nós empregam sua atividade, negará seu concurso a essa corrente que virá unir ainda mais o laço de cordialidade que reina entre os mesmos.

Uma carta do prefeito Armando Nadler ao povo de Santarém – 1957

Meus munícipes

Posso afirmar-vos que me tenho esforçado por servir-vos no decorrer destes dois anos de Governo; que me tenho empenhado por conseguir melhor renda municipal e por aplicá-la da melhor forma e com melhor rendimento.
É trabalho árduo este e sobretudo ingrato, porque nos obriga a medidas que ferem interesses particulares, motivando ressentimentos de quantos irrefletidamente nos julgam, por estes atos, como injustos, caprichosos, atrabiliários ou mesmo cruéis e vingativos.
Não me afastarei, entretanto, desta linha de conduta, amparado pela fé no bom senso de todos vós; dele eu venho, graças a Deus, obtendo contínuas e alentadoras provas. Enquanto me ver amparado por elas estarei contando com o vosso apoio e honrado com o vosso estímulo.

Dez curiosidades sobre a História de Óbidos...


Por Pe. Sidney Augusto Canto

01. As tensões políticas e o “quebra urna”...
Há 150 anos atrás, o clima político em Óbidos era tenso. A disputa entre os dois únicos partidos, o Liberal e o Conservador levou a um fato inusitado. Em 07 de setembro de 1868, militantes invadiram a Igreja Matriz de Santa Ana e quebraram a urna, invalidando, assim, a eleição dos novos vereadores municipais. Uma segunda eleição seria realizada naquele ano, desta vez, sob o olhar de reforço policial enviado da capital da Província. Tudo correu “em paz”, com vitória do partido Conservador.

02. O médico da Comarca de Óbidos...
Há 150 anos atrás, era criado o cargo de “Médico da Comarca de Óbidos”, que deveria cuidar da saúde dos cidadãos obidenses. Como primeiro “Médico da Comarca”, foi nomeado o dr. José Veríssimo de Mattos, que começou a exercer o cargo em novembro daquele ano. Dr. Veríssimo não era um desconhecido do povo obidense, visto ter sido médico da antiga “Colônia Militar”, que havia sido extinta em 1865.

03. Os primeiros dias da Comarca de Óbidos...
Criada pela Lei Provincial Nº 520 de 23 de setembro de 1867, teve como seu primeiro juiz o dr. Marcos Antônio Rodrigues de Souza, que era juiz de direito da Comarca de Parintins, sendo dela removido a 21 de dezembro de 1867 para tomar posse e instalar a Comarca de Óbidos a 16 de fevereiro de 1868. Dr. Marcos era, também, Deputado Provincial naquele mesmo ano. Seu primeiro promotor público foi nomeado a 03 de fevereiro de 1868, trata-se do dr. José Clímaco do Espírito Santo, que tomou posse a 22 de abril do mesmo ano, ficando apenas alguns dias na Promotoria de Óbidos, sendo transferido, no mesmo ano, para a Comarca de Breves.

04. O falecimento de um ilustre pároco...
No dia 17 de setembro de 1864, após padecer nove dias de dor e sofrimento, falece, em Óbidos, o padre Raymundo Antônio Sanches de Brito, que foi pároco da igreja matriz de Santa Ana por 50 anos. Sacerdote zeloso e exemplar, mereceu elogios a ele tecidos pelo cientista protestante Henry Bates, quando de sua passagem pelo município de Óbidos.

05. A “questão religiosa” e o vigário de Óbidos...
No dia 18 de fevereiro de 1872, o vigário interino da cidade de Óbidos, o padre Manoel José da Cunha renova publicamente seus votos de obediência e adesão à fé católica, pronunciando-se contra os “opositores” da Igreja (no caso os maçons), que perseguiam o então Bispo do Pará, Dom Antônio de Macedo Costa.

06. Notícias sobre os imigrantes cearenses...
Por causa da “grande seca” do ano de 1876 e 1877, muitos cearenses migraram para o Pará, onde estabeleceram colônias distribuídas a critério do Governo Provincial. Foi assim que, no dia 04 de janeiro de 1878, o presidente da Província do Pará, manda os senhores Singlehurst Brocklehurst & Cia., darem passagem de proa no vapor “Theresina” a uma leva de imigrantes cearenses que deveriam desembarcar em Óbidos para começar uma nova colônia na cidade.

07. Um surto de varíola e o abandono médico...
No início do ano de 1900, um passageiro do vapor do “Loyd Brasileiro” desembarcou em Óbidos. Dois dias depois, foi descoberto que ele estava infectado com varíola e foi colocado em quarentena num casebre abandonado fora da cidade. Era tarde demais. A epidemia espalhou-se pela cidade no exato momento em que o médico local, dr. Salvador Rezzo, pediu exoneração do cargo de Comissário de Higiene e deixou a cidade e povo abandonado à própria sorte.

08. No respaldo da grande cheia de 1918...
O Intendente Municipal de Óbidos, Graciliano Negreiros, pede que o governo do Estado interceda ao Ministério da Guerra, que libere os soldados recém-engajados no quartel instalado no município, pelo período de 30 dias, para que os mesmos possam ir aos seus sítios de várzea, salvar o que restava de seu gado.

09. A estrada para a Guiana Holandesa...
Em 1917, o Intendente Municipal de Óbidos, tenente Graciliano Negreiros, dava início à construção de uma estrada que deveria ligar a cidade de Óbidos à Guiana Holandesa. Foram gastos 30:000$000 (trinta contos de réis) do dinheiro dos cofres do município e abertos apenas 29 km da referida estrada.

10. A navegação a vapor com o rio Trombetas...
Em 13 de janeiro de 1900 (outras fontes citam 14), começa a funcionar a linha de navegação a vapor de Óbidos ao Alto Trombetas. Esta linha era de propriedade do sr. Francisco Gomes de Azevedo, mas subvencionada pelo Governo do Estado. A linha, entretanto, havia sido pedida 10 anos antes, pelos comerciantes e políticos da cidade.

Preparação de fantasias para o carnaval 1982

O carnavalesco Laurimar Leal acompanha a confecção das fantasias da Escola de Samba “Ases do Samba”, que se preparava para o desfile carnavalesco do ano de 1982. Acervo ICBS.




segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A Avenida Presidente Vargas no ano de 1983

Trecho da Avenida Presidente Vargas visto a partir do cruzamento com a Travessa Silvino Pinto. Podendo-se ver na foto o antigo hospital da Fundação SESP (hoje Municipal). Foto cedida ao blog pela senhora Neide Lira.




Antigo Posto de Saúde da Vila de Boim em 1984

Antigamente usado como convento (residência de religiosas), o prédio desta foto foi restaurado pelo então prefeito de Santarém, Ronan Liberal, para servir de Posto de Saúde para a Vila de Boim, na margem esquerda do rio Tapajós. Foto cedida ao blog pela senhora Neide Lira.



Entrega de premiação do Carnaval de 1980

Sob o olhar do prefeito municipal Antônio Guerreiro, do apresentador Edinaldo Mota e do professor Antônio Pereira, carnavalesco de bloco santareno recebendo troféu de premiação do carnaval de rua no ano de 1980. Acervo ICBS.


Memória da Propaganda: Estaleiro em Santarém – 1918

Propaganda de uma embarcação a motor, construída pela firma Costa, Soares & Cia., estabelecida em Santarém, para a empresa proprietária da “Casa Africana”, no comércio de Belém, capital do Estado, há cem anos atrás...




Destaque carnavalesco do bloco Caciques da Prainha

Uma das sambistas, destaque do bloco carnavalesco Caciques da Prainha, em desfile pela Avenida do Samba (Barão do Rio Branco) no carnaval do início dos anos 1980. Acervo ICBS.


Momento Poético: Soneto Colombina

Por Benedicto Belém

Grácil MIGNONE trefega inquieta
No lábio o eterno, cristalino riso.
Vai Colombina, vai de piso em piso,
Como de flor em flor, a borboleta.

Olhar encantador, sempre indeciso,
Toda de gaze, frágil, indiscreta,
Lá vai, mostrando a todos o sorriso,
E do seu corpo a graça mais secreta.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

A Avenida Adriano Pimentel na década de 1950

Trecho litorâneo de Santarém, mostrando parte da Avenida Adriano Pimentel, no bairro da Prainha, próximo à Praça de São Sebastião, podendo-se ver, ao longe, o início da Rua do Imperador. Na década de 1950, o grande problema visto era a erosão da via, contida, inclusive, com barreiras construídas em madeira, como podemos ver nesta imagem. Foto cedida ao blog pela senhora Eunice Correa.




Desfile de bloco de enredo em Santarém

No início da década de 1980 vários blocos de enredo e empolgação desciam a Avenida Barão do Rio Branco, fazendo do samba a alma pulsante da alegria carnavalesca da cidade. Acervo do ICBS.




Desfile do Bloco da Pulga no carnaval santareno

Fotografia da primeira metade da década de 1980, mostrando carro alegórico e brincantes do “Bloco da Pulga” no desfile carnavalesco pela Avenida Barão do Rio Branco. Acervo ICBS.




O falecimento do padre João Mayer – 1934

No hospital de São José, onde se achava recolhido, faleceu, no dia 15 de maio deste, vítima de pertinaz enfermidade, o estimado sacerdote, Padre João Mayer (foto), Secretário da Prelatura.

Momento Poético: Soneto Pierrot

Por Benedicto Belém

De rua em rua, triste, amargurado,
Todo de branco a manchas multicores,
Num passo incerto, como embriagado,
Pierrot em vão procura os seus amores.

Colombina, onde estás? Que incerto fado
Segues sempre? Porque mais dissabores
Queres trazer ao teu ludibriado
Amante, que há de ir aonde tu fores?

Determinações Policiais para o Carnaval de 1932

O Doutor Luiz Guiães de Barros, Delegado Especial de Polícia, de acordo com as portarias do Dr. Chefe de Polícia de 19 de janeiro do corrente, baixou a seguinte portaria, fazendo aplicar, nesta cidade de Santarém as medidas constantes daquelas, com pequenas modificações:
Tendo em vista a conveniência do serviço público durante a época carnavalesca, resolve determinar:
1 – Que a concessão para a realização de BAILES, com entrada paga, esteja sujeita ao emolumento da polícia e seja somente concedida pela Delegacia, não tendo valor algum e caso contrário;

Desfalque na agência de Correios em Santarém – 1918

Ampliando a notícia que ontem publicamos, sobre o desfalque de 4:678$000 (quatro contos, seiscentos e setenta e oito mil réis), verificado na Agência Postal de Santarém, a cargo do sr. Sebastião Valladares de Carvalho, podemos informar ao público que o 2º Oficial, dr. Alvaro Norat, em comissão junto àquele departamento, agiu eficazmente, de modo a acautelar os interesses da Fazenda Nacional.
Em telegrama de 09 de outubro, ontem recebido pelo dr. Virgílio Cardoso, administrador dos Correios, aquele funcionário comunicou que o sequestro do único imóvel que possuía o agente peculatário traria complicações, à vista de se achar hipotecado a terceiro.

Sobre a história da fotografia em Santarém

Do sr. Paulo Levinthal, proprietário da conceituada “Photographia Allemã”, de Belém, recebeu o nosso amigo Apolônio Fona a seguinte e honrosa missiva:
Belém, 13 de janeiro de 1932
Ilmo. Sr Apolônio Fona
SANTARÉM 

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Dez curiosidades sobre a História de Santarém...


Por Pe. Sidney Augusto Canto

01. O dia em que prenderam todos os vereadores de Santarém...
Os conflitos políticos na época do Segundo Império, entre Liberais e Conservadores levaram a fatos inusitados. Um deles foi a prisão de todos os vereadores (conservadores) da cidade de Santarém, pelo delegado de polícia (que era liberal), no ano de 1880.

02. A invasão cabana, antes da Cabanagem...
No dia 03 de agosto de 1834 (cinco meses antes dos cabanos invadirem a Capital), por volta das cinco horas da manhã, cerca de 300 cabanos invadem o arsenal de armas da Vila de Tapajós, exigindo a expulsão de todos os portugueses residentes na Vila e redondezas. Depois de uma assembleia extraordinária, cerca de 25 pessoas foram expulsas de Santarém e seguiram para a capital.

03. Sobre a educação em Santarém no ano de 1844...
Nesse ano, Santarém tinha uma ÚNICA escola, que contava 32 alunos. No dia 12 de janeiro desse ano, a Câmara Municipal informava ao presidente da Província que a conduta civil do professor de Santarém era boa, mas sua moral era escandalosa e repreensível.

04. A arborização das praças em 1894...
Enquanto a Praça da Matriz era desprovida de arvoredos, a Intendência Municipal (hoje Prefeitura) mandou plantar mudas de “magnólias japonesas” nas praças da República (hoje Rodrigues dos Santos) e da Intendência (hoje, Barão de Santarém).

05. O poço de água pública...
A questão do abastecimento de água é coisa muito antiga. Antes se bebia do rio ou de cacimbas cavadas na areia da praia (tradição indígena). Em 1850, a municipalidade mandou abrir um poço na Praça do Pelourinho (hoje Rodrigues dos Santos), mas tinha água ruim e foi soterrado em 1856.

06. A primeira Associação do Comércio de Santarém...
No dia 16 de setembro de 1923, os comerciantes de Santarém se uniram e fundaram a Associação do Comércio de Santarém (a primeira ACS). Antes mesmo de ser fundada, quando ainda era apenas uma ideia entre os comerciantes locais, a imprensa local a ela se dirigia como a “Congregação do Contrabando”.

07. Já foi proibido banhar-se nas praias da cidade...
Em 1873, o artigo 80 do Código de Posturas da cidade de Santarém, proibia os banhos nas praias em frente da cidade. Quem fosse encontrado num gostoso banho no rio Tapajós ou era preso por dois dias ou pagava uma multa de 5$000 (cinco mil réis).

08. A Câmara gratificava quem matasse onças e jacarés...
Na sessão da Câmara de Santarém de 13 de dezembro de 1830, o vereador Domingos José Martins de Albuquerque, propôs que se gratificasse o cidadão que matasse onças e jacarés nas ruas da então Vila de Santarém. A Câmara pagava 4$000 (quatro mil réis) por cada onça morta e 2$000 (dois mil réis) por cada jacaré morto.

09. O funcionário padrão do município em 1850...
Naquele longínquo tempo, na metade do século XIX, o Agente do Correio da cidade de Santarém era, ao mesmo tempo, Escrivão da Coletoria Provincial (Atual Secretaria da Fazenda Estadual) e Secretário da Municipalidade (Câmara Municipal). Um santareno 3 em 1.

10. A grande enchente de 1918...
Ela aconteceu há 100 anos atrás. Foi maior do que a grande enchente de 1859 (a primeira grande enchente documentada). A enchente de 1918 trouxe grandes prejuízos para Santarém: 75% do rebanho bovino e 90% do gado cavalar morreram em decorrência da enchente, trazendo grandes prejuízos.