domingo, 18 de setembro de 2016

O Sairé de Alter do Chão na década de 1970

 Desprovido da pompa e majestade, mas revestido da simplicidade do povo da Vila dos Borari, o símbolo da festa do Sairé era apresentado em frente da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, dando a abertura dos festejos na década de 1970. Foto: Acervo ICBS.



Momento Poético: O Hino do Sairé

Composto em 1980, a pedido da Comissão Organizadora do Sairé, se tornou oficial naquele mesmo ano. A música e a letra foram uma criação conjunta de Aparício Garcia, Oscar Lobato (músicos) e Terezinha Lobato (artesã), moradores de Alter do Chão.

O Cruzador Tupi no Sairé de Alter do Chão

O Cruzador tupi era uma das danças resgatadas com o Festival Folclórico que fez ressurgir o Sairé em 1973 (na foto abaixo a sua apresentação durante o Sairé de 1979). Segundo os pesquisadores João de Jesus e Violeta R. Loureiro, que tiveram informações de Nice Lobato Gonçalves, moradora de Alter do Chão:

Uma curiosidade sobre a lenda do boto...

Apesar de muito popular na Amazônia, não há registro da lenda do boto antes do século XIX. E, por incrível que pareça a primeira referência escrita sobre a lenda, não foi de boto que vira homem para seduzir as mulheres, mas de uma mulher que seduz os homens. Ela foi citada por Henry Walter Bates, naturalista que viveu na Amazônia de 1848 a 1859, conforme abaixo:

Cantos e orações usadas durante o Sairé

Além das quadras cantadas e rezadas, já descritas anteriormente pelo Padre Borromeu, passamos a apresentar outras orações e cantigas de Sairé recolhidas, em sua maioria, por Barbosa Rodrigues (em tupi, não em nheengatu, as traduções também o são dele). Algumas quadras estão incompletas, outras de difícil compreensão em seu significado. Apresentamos também outras versões existentes na língua brasílica (tupi) diferentes da apresentada por Barbosa Rodrigues.

sábado, 17 de setembro de 2016

O homem que colocou o “Ç” no Sairé

Os calorosos debates que surgem, principalmente nesta época do ano, é sobre a grafia do Sairé. Já escrevi algumas linhas sobre isso, inclusive no meu livro “Alter do Chão e Sairé: Contribuição para a história”. Mas a pedido de algumas pessoas, vamos responder a pergunta que me fizeram hoje pelo whatsapp.
Bem, até 1872, Sairé se escrevia com “S”. E quem colocou o “Ç”?
Foi o botânico João Barbosa Rodrigues (foto).


A pitoresca praia de Alter do Chão na década de 1970

Conhecida hoje no Brasil e no mundo, a praia de Alter do Chão tinha este aspecto em fins da década de 1970. Poucas pessoas se aventuravam a ir visitar Alter naqueles tempos. A praia era desprovida de qualquer vestígio de ocupação humana e primava pela visão do morro denominado de “Serra Piroca”, sem barracas de comércio e sem os banhistas que hoje lhe disputam espaço. Foto: Acervo ICBS.


O retorno do Sairé no ano de 1973

Depois da proibição de 1943, o Sairé passou a ser uma história, quase uma lenda, contada para poucas pessoas. Entre as pessoas que ouviram as histórias estava o Governador do Estado do Pará, Fernando Guilhon que, entusiasta da arte e da cultura, incentivou a que se reavivassem antigas tradições da Vila de Alter do Chão. Agora não mais sob os auspícios da Igreja Católica, mas independente dela. O Sairé voltou como um festival folclórico. Esse retorno foi assim documentado pelo “O Jornal de Santarém”, publicado no dia 23 de junho de 1973:

A proibição do Sairé nos anos 1940

Monsenhor Anselmo Pietrulla, então Admistrador Apostólico da Prelazia de Santarém, em sua primeira Carta Circular, datada de 15 de março de 1942, pede aos párocos e sacerdotes que cortem os abusos que se viam nas festas religiosas e repassa o teor da portaria Nº 41, de 12 de fevereiro de 1942, cujo teor era o seguinte:

A Valsa da Ponta de Lenço

Era uma das danças próprias da Vila de Alter do Chão. Na vila ela foi revivida quando do retorno do Sairé, no Festival Folclórico de 1973. De sua realização naquela década, temos a seguinte descrição a partir de informações que foram repassadas pela professora Laurenice L. Gonçalves à João de Jesus e Violeta R. Loureiro:


A Música em Alter do Chão

Para ilustrar e compartilhar um pouco de conhecimento sobre a musicalidade da Vila de Alter do Chão, passo a me valer do relatório feito pela senhora Meive Ausonia Piacesi para colaborar com alguns dados referentes à música na antiga Aldeia Borari.

Primórdios da Educação em Alter do Chão

Alter do Chão não foi esquecida pelo Governo da Província no que se trata de Educação. Desde meados do século XIX que o governo designou professores para aquela freguesia. A cadeira de instrução primária foi criada por portaria de 24 de maio de 1855, para o sexo masculino. Seu primeiro professor foi nomeado em 20 de agosto de 1856, na pessoa do senhor Silvestre Silveira Guaporé, que não ficou muito tempo em Alter do Chão.

O Grupo "Espanta Cão" na década de 1970

Apresentação do grupo musical “Espanta Cão”, uma das tradicionais atrações do Sairé, que possuía notória importância quando do retorno da tradição, em 1973. Foto: Acervo ICBS.


A Missão dos Boraris

A primeira menção dos Boraris data de idos 1682, quando da chegada do missionário jesuíta Padre Antônio Pereira à missão de Nossa Senhora da Conceição dos Tapajós. Os Boraris, juntamente com os Cayoanas e Tapaipurus, foram descidos pelo dito missionário para a Missão dos Tapajós. A Aldeia dos Boraris ou Ibiraib (conforme cita o jesuíta João Daniel) ficava no rio Tapajós acima.