O governo vai
comprar a “Fordlândia” por 250 mil dólares, ou seja, em moeda nacional, cinco
milhões de cruzeiros, o que representa cinco por cento do valor atribuído pela
avaliação procedida pelo diretor do Instituto Agronômico do Norte, o qual
verificou o valor comercial daquele patrimônio em mais de 93 milhões de
cruzeiros, em outubro de 1944.
A Companhia
Ford, segundo dados divulgados, empregou na Fordlândia e na Belterra mais de
155 milhões e quinhentos mil cruzeiros, calculando-se que teve um prejuízo de
mais de 67 milhões. Em Belterra existem mais de 3 milhões de seringueiras formadas
por dupla enxertia.
Nos próximos
dois anos essas seringueiras não darão produção. Para a formação de todos os
seringais em Fordlândia e Belterra são ainda necessários 24 milhões e 300 mil
cruzeiros. Desse modo, os encargos do governo brasileiro, até 1947, atingirão a
29 milhões e 300 mil cruzeiros. As despesas correrão por conta do Banco da
Borracha, formando-se uma autarquia para explorar as concessões sob a forma de
núcleos coloniais.
A proposta foi
encaminhada ao Ministério da Agricultura por Valentim Bouças, Diretor Executivo
da Comissão de Controle dos Acordos de Washington, que será encarregada de
efetuar a transação, ouvindo previamente o Ministério da Fazenda.
NOTA: Texto
extraído do jornal Lavoura e Comércio de 17 de dezembro de 1945.
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