Um aviso do Ginásio do Santa Clara - 1947

(O Ginásio Santa Clara) Avisa a sociedade santarenense que no dia 1º de março realizará a solenidade de colação de grau de professoras normalistas das alunas da 4ª série do Curso Normal, de acordo com as determinações do Governo do Estado.

No mesmo dia efetuar-se-á a inauguração do Curso Ginasial.

Para ambas as solenidades, que serão iniciadas as 8 horas na Igreja Matriz, com a celebração do santo sacrifício da Missa, ficam convidados não somente os pais das alunas como toda a sociedade santarenense. – A Diretoria.

Desabamento da Casa Cristo Rei – 1947

À 1 hora da madrugada de quinta-feira última, 03 de abril do corrente, sob as chuvas torrenciais e a ventania infrene que durante toda a noite vergastaram a cidade, desabou o prédio recém-construído da “Casa Cristo Rei”.

Ainda não contava um ano após haver sido construída, e o peso da fatalidade a abateu, reduzindo-a num montão de escombros.

É realmente de lamentar, que o produto de tantos esforços, de tanta abnegação dos sacerdotes que dirigem atualmente a Prelazia de Santarém, tenha sido em poucos segundos transformado num montão de argamassa, tijolos e madeirame.

Chegada de retirantes cearenses em Santarém – 1933

Pelo vapor “Campos Sales” chegaram ontem (17 de março) a esta cidade 53 retirantes, na sua maioria cearenses, que vem, amparados pelo Ministério da Viação, fugindo aos horrores da seca que avassala os Estados do meio Norte.

Esses imigrantes foram, pelo sr. Prefeito Ildefonso Almeida, alojados em amplos e higiênicos compartimentos da Cadeia Pública, onde lhes foi levar seu conforto e suas palavras de incitamento ao trabalho, aquela digna autoridade.

O marchante Francisco Machado ofereceu-lhes 40 quilos de carne verde.

Escola noturna para homens e meninos – 1933

A (diretoria social da) Colônia de Pescadores Z 11 acaba de abrir mais uma escola, para a alfabetização de seus associados e seus filhos e também para quantos, das classes trabalhistas, queiram aprender a ler.

As aulas funcionam todas as noites na sede social da Z 11, à Praça da Catedral, sob a direção da competente e dedicada educadora Professora Mariana Leite.

São gratuitas as aulas que são custeadas pela referida Colônia e, ao que sabemos, mereceu a ideia do presidente da Colônia, franco apoio do prefeito Almeida, que prontificou-se a subvencionar a escola.

Notícias da saúde pública em Santarém – 1934

Paludismo – A fim de debelar o surto de paludismo, que se manifestou na região do Ituqui, o sr. dr. Inspetor Sanitário determinou a ida para ali de um guarda sanitário provido de boa ambulância. Também será atendida a população do Lago Grande, onde estão aparecendo alguns casos.

Polícia Sanitária – A Inspetoria Sanitária chama a atenção dos senhores proprietários de casas, para o dispositivo regulamentar do HABITE-SE que torna obrigatória a inspeção sanitária de todo prédio que vagar.

O Curso do professor Felisbelo Jaguar Sussuarana

Um dos mais ilustres professores de Santarém, Felisbelo Jaguar Sussuarana, oferecia um curso particular noturno de Língua Portuguesa, em sua residência, conforme podemos ver no anúncio publicado no Jornal de Santarém de 26 de janeiro de 1935.

Sobre a história da energia elétrica em Santarém

As pessoas que desejarem fornecimento de energia elétrica para iluminação particular podem desde já mandar proceder a necessária instalação, que deverá ser de acordo com a voltagem da nova usina. A ligação, entretanto, só será efetuada após a necessária inspeção feita pelo eletricista técnico da Prefeitura, isto para evitar que os interessados venham a sofrer prejuízos.

Cumpre também esclarecer ao público que as lâmpadas a serem utilizadas em a nova iluminação devem ser de conformidade com a voltagem da usina, que é de 220 volts.

Momento Poético: Caim

Por Carlos Charles de Oliveira

Mataste por inveja teu irmão,

Num crime que abalou todo o Universo!

De Deus tiveste logo a maldição...

E o mundo te chamou mostro perverso!

Abel te quis inda beijar a mão,

Sentindo o teu furor, no peito imerso...

Mas tu, louco, fugiste ao seu perdão!

... E o mundo te chamou monstro perverso!...

Colação de Grau do Rodrigues do Santos

Momento de colação de grau da antiga Escola de Comércio, hoje Colégio Rodrigues dos Santos, na década de 1960. Fotografia do acervo familiar de Antônio Pereira.

Turma de jardim de infância do Santa Clara

Crianças do curso de Jardim de Infância do Colégio Santa Clara na década de 1960. Fotografia do acervo familiar de Antônio Pereira.

Um festival musical do “Jazz Olympia” em Santarém

Foi uma bela serata a levada a efeito em a noite de 4 de agosto corrente, no salão do Olympia.

Às 8 e meia em ponto assomou ao tablado improvisado no salão de projeções, o sr. Tavares Rodrigues que pronunciou palavras de justificativa, de agradecimento e de escusas: de justificativa dizendo da conveniência de amparar a ideia de da organização do Jazz, porque Santarém que já possuiu várias agremiações recreativas, é hoje uma cidade morta, onde não temos com que recrear o espírito, seja por meio de festas literárias, dançantes ou esportivas, seja pela manifestação da sublime arte de Carlos Gomes; de agradecimentos ao público pelo bom acolhimento dado ao Festival e à empresa do Olympia pela manifesta boa vontade com que auxiliou a comissão cedendo-lhe o salão e o “film”; de escusas pela modificação que teve de sofrer o programa, em virtude do embarque da senhorinha Astréa Buarque de Lima para Belém e da repentina doença do menino Ruy Barata.

Notas santarenas em 1930

Em julho findo foram feitos no cemitério desta cidade 42 enterramentos, sendo 21 de crianças menores de 6 anos. Espantosa e alarmante hecatombe de anjinhos, cuja causa seria de urgência e necessária estudar.

Dona Dulce Rodrigues dos Santos pediu exoneração do cargo de professora da Escola Municipal do Tapará.

Entrou em licença, por um ano, o administrador da limpeza pública, sr. Angelo Rodrigues.

A “Missão Americana da Borracha” em Santarém – 1923

À noite de 18 de agosto corrente, passou em nosso porto o “Andirá”, da Amazon River, a cujo bordo viaja a “Rubber American Mission”, ao lado da Comissão Brasileira, especialmente formada para acompanhar os cientistas e técnicos yankees nos seus estudos aos vales amazônicos.

Conforme noticiamos a Missão visitará primeiro as regiões do Alto Amazonas, e somente depois percorrerá os rios Tapajós, Xingú, Tocantins, e a zona das Ilhas.

A comitiva brasileira é composta dos senhores: dr. Hannibal Porto, chefe; dr. João Geraldo Kulmann, botânico; Avelino Oliveira, geólogo; dr. Fernando Soledade, médico; dr. Paul Le Cointe, Raimundo Monteiro da Costa e Agesislau Araújo.

Desta cidade embarcou o sr. Arantes Júnior, microscopista da Profilaxia Rural, que também acompanhará a delegação brasileira.

Brevemente deverá reunir-se aos excursionistas o ilustre botânico, dr. Adolpho Ducke, atualmente no Tapajós.

Sobre a festa de São Raimundo em 1923

Terá início amanhã á noite a popular festividade de São Raimundo, no bairro da Aldeia. Todas as noites seguintes haverá novenas até o dia da Festa que será a 02 de setembro próximo.

Nesse dia haverá Missa Solene e comunhão geral na Igreja de São Raimundo, procissão á tarde, “Te Deum” e leilão.

É juiz da festividade o sr. Raimundo da Rocha e Sousa.

Sobre uma epidemia de raiva em 1923

Pela prefeitura de polícia desta cidade, foi enviado a Belém, a fim de receber os necessários curativos, o menor Raymundo, filho de Vicente Felipe da Silva, residente no lugar Urumanduba, que em dias da semana última fora mordido por um cavalo atacado de hidrofobia.

No mesmo sítio de sua propriedade, perdeu Vicente Silva, além de vários cães, nada menos de dezoito porcos vitimados pelo mal rábico.

Desmentindo uma notícia em 1923...

Mal encobrindo o fim principal do seu artigo, vem um sr. B. C. em a “Folha de Óbidos” de 15 do corrente, afirmar, graciosamente, que a renda do município jurutyense é prejudicada pelo desvio de madeiras, castanhas e não sabemos que mais, para o município de Santarém.

Não tem razão o sr. B. C. A sua afirmativa é falha de verdade e desairosa para nós.

Os produtos do rio Arapiuns e de seus afluentes, são extraídos na zona pertencente a Santarém, e a pequena quantidade de gêneros que vem do município de Juruty, apesar de embarcada no porto de Santarém, é despachada antecipadamente pelos ficais jurutyenses, conforme o sr. B. C. poderá verificar nos canhotos dos livros fiscais, lá em Juruty, ou em casa dos comerciantes exportadores, aqui, em Santarém.

Epidemia de febre amarela no Baixo Amazonas – 1862

A febre amarela, que há 12 anos, pela primeira vez, se acantonou nesta capital (Belém), e aqui de contínuo vai ceifando algumas vidas, especialmente de estrangeiros recém chegados, e não aclimatados, neste ano não só preencheu essa dolorosa missão, á nossa vista, mas estendeu-se pelo vasto centro da província, ao longo do Grande-Rio, e por lá foi imolando suas vítimas, quase todas nacionais. Santarém, Alenquer, Gurupá, Porto de Moz, Prainha e Breves foram os teatros de sua eleição.

O trabalho de Catete Pinheiro na área da saúde

O novo governo do Pará entregou o seu Departamento de Saúde a um dos grandes sanitaristas brasileiros: Catete Pinheiro. Especializado nos Estados Unidos, possuidor de uma experiência excepcional, o jovem sanitarista preferiu ficar na sua terra e até mesmo no interior. Foi prefeito de Monte Alegre, no Pará, e não atendeu aos convites mais insistentes de São Paulo e do Rio para posições destacadas.

Uma epidemia de febres em Santarém em 1860

No interior da Provincia, em algumas localidades, encommodos quazi epidêmicos hão grassado.

Não abandonei essas populações, enviando-lhes os soccorros que a medicina aconselha.

Em Maicá e Urumanduba, lugares proximos á Cidade de Santarem, manifestarão-se nos ultimos dias do mez de Fevereiro febres de um máu caracter. A respectiva Camara Municipal, com zelo e caridade exemplares, acudio a esses seus municipes.

Apenas chegou ao meu conhecimento a noticia d'este facto, enviei os medicamentos necessarios para ser o mal efficazmente combatido.

Visita do Presidente da Província a Santarém em 1860

Na cidade de Santarem reconheci de indeclinavel necessidade a continuação do edificio começado para cadea. Parecendo-me conveniente accelarar essa construcção, determinei que fosse continuada por agora a parte destinada para prisões e corpo da guarda. As outras partes do edificio serão terminadas depois, e quando os cofres publicos o permittirem sem sacrificios. Entretanto alguns pequenos reparos sendo necessarios na velha casa que serve de cadea autorisei-os na quantia de 200$000 reis.

Nomeei para a administração da obra da nova cadea uma commissão composta dos seguintes cidadãos: Coronel Miguel Antonio Pinto Guimarães, Tenente-coronel Joaquim Rodrigues dos Santos e Major João Gomes Coelho. Estes nomes são um abono seguro de que a obra será feita com economia e zelo.

Visita do Presidente da Província à Óbidos em 1860

Na cidade de Obidos determinei ao capitão Antonio Theodoro da Rosa Gama, que fizesse a planta e orçamento de um cemiterio, cuja construcção emprehendida pelos moradores do lugar deve ser auxiliada pelo Governo.

O estado da Matriz é pessimo, não obstante as obras que forão feitas em tempo não remoto. O respectivo Vigario ficou de promover um melhor empego dos rendimentos da Igreja. Com este auxilio poderá a presidencia autorisar alguns reparos no tecto e paredes lateraes.

Visita do Presidente da Província à Vila de Prainha em 1860

Na povoação da Prainha reconheci a necessidade de uma casa para detenção dos criminosos.

Nessa pequena povoação tocão os vapores da companhia do Amasonas, e para ella são remettidos os presos das localidades mais proximas.

O respectivo subdelegado supplente em exercicio, Ignacio Pedro de Amorim, prometteo-me a coadjuvação dos povos para a compra de um edifício que, concluido, poderia offerecer as necessarias proporções para cadea. Autorisei a despesa de 1:000$000 reis por conta da provincia.

Colégio São José, em Óbidos

Fotografia da época da construção do pavilhão principal do Colégio São José, na cidade de Óbidos, mantido pelas Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição. Fotografia cedida ao blog pela amiga “Ida” Marinho.

Alunos do Colégio São José em Óbidos

Turma de alunos da educação infantil do Colégio São José, em Óbidos, possivelmente da década de 1960. Fotografia cedida ao blog pela amiga “Ida” Marinho.

Inauguração da Rua 24 de Outubro – 1966

Momento da inauguração da pavimentação da Rua 24 de Outubro, no Bairro da Aldeia, depois de concluídas as obras. O passeio pela nova rua pavimentada, foi puxada pelo prefeito Everaldo Martins, demais autoridades e participação do povo santareno. Foto do acervo familiar de Everaldo Martins.

Turma do Ginásio Normal São Raimundo – 1965

Nesta fotografia podemos ver a turma de concluintes, juntamente com autoridades religiosas e o paraninfo da turma, prefeito Everaldo Martins. As novas professoras foram alunas do Ginásio Normal São Raimundo Nonato, tradicional escola do Bairro da Aldeia. Foto do acervo familiar de Everaldo Martins.

Seminário São Pio X em Santarém

Nestas quatro fotografias podemos ver o Seminário São Pio X, pouco antes de sua inauguração, em 1962. Obra iniciada por Dom Floriano Loewenau e concluída por Dom Tiago Ryan, seu nome faz homenagem ao Papa que criou a então Prelazia (hoje Arquidiocese) de Santarém, em 21 de setembro de 1903.

Frei Rogério Voges, o padre construtor...

A Igreja Católica dedica o mês de agosto à diversas vocações. Neste primeiro domingo, a vocação específica do padre. Muitos fatos da nossa história estão associados à vida de algum sacerdote católico. Lembramos aqui de um deles: Frei Rogério Voges, OFM. Alemão de nascimento, veio para Santarém em 1922, quando a então Prelazia de Santarém estava confiado aos Franciscanos. Frei Rogério nos deixou muitos prédios como legado. Ele é o responsável de construir o Hospital São José (hoje Colégio Dom Amando); também é dele a planta para a atual Matriz de São Raimundo Nonato, no bairro da Aldeia; da “Casa Cristo Rei”, da planta do Asilo São Vicente de Paulo, etc. No entanto, uma obra que frei Rogério deixou que se tornou marcante para os católicos, foram as torres atuais da Catedral Metropolitana de Santarém. Viveu durante vários anos como capelão da Colônia São José, atendendo diversas comunidades da região do Planalto, a lombo de cavalo e com longas caminhadas. Em 1957, deixou Santarém e foi morar em Óbidos, onde faleceu. Nesta memória, o blog faz homenagem a tantos padres que deram sua contribuição para nossa história...