sexta-feira, 3 de abril de 2020

Sobre o prefeito Aricine Andrade, de Alenquer – 1947


Está em Belém, desde alguns dias, uma das figuras mais expressivas mais idealistas e cativantes do PSD, no Pará: Aricine Andrade.
Conhecemo-lo ontem, digamos assim, porque do mês derradeiro do ano passado data a primeira vez que nos encontramos. Foi quando a “Caravana da Vitória” sulcou o Rio Mar em busca dos leais caboclos, inteligentes e honestos, que lhe habitam as margens.
Em Alenquer formos encontrar um dos mais curiosos fenômenos sociais sócio-políticos que nos foi dado observar entre os municípios que percorremos: identificação quase absoluta de sua população com seu governante. E é preciso notar: estivemos frente a prefeitos estimados com exaltação por seus munícipes, como os Araújos de Óbidos e Santarém, por exemplo.

O que, porém, mais impressiona no caso Aricine, digamos, é a unidade de vistas e sentimental com que o aprecia uma sociedade onde as diferenças culturais e econômicas podem ser já verificadas em camadas distintas.
Aricine Andrade, tem, no entanto, o delicado tato que só a compreensão arguta pode dar no trato da coisa pública. Uma espécie de instinto social, que lhe permite apreender as sutilezas da urdidura indivíduo-coletiva e o habilita, por consequência, à execução de um plano administrativo com o mínimo de resistência.
É verdade que, toda sua perspicácia, toda sua inteligência e toda sua habilidade bem pouco valeriam, não fosse ele, ao mesmo tempo, justo, trabalhador, amigo, honesto e devotado. Felizmente essas virtudes não faltaram à estrutura moral do mesmo patriota.
Só há, pois, uma forma de o apreciar: é um caráter, é um homem.
Aldo Passos.

NOTA: Texto extraído do jornal O Liberal de 04 de março de 1947.

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