Há mesmo uma
cidade que, sem disputar a primazia de Belém, poderá ser um centro riquíssimo de
trabalho e produção: é a cidade de Alenquer, situada à margem de um dos furos
do Amazonas, à esquerda. Fica justamente na extrema dos “Campos Gerais”, que
daí se estendem até as Guianas. As matas ali se prestam perfeitamente à cultura
de cereais, e os campos já são aproveitados para a criação. O gado se
multiplica rapidamente. Nenhum outro ponto do vale do Amazonas é mais salubre,
nem de mais futuro.
No presente, porém,
Alenquer não passa de uma modesta cidadezinha, tranquila, na calidez do seu
clima. Neste álbum apresenta-se agora uma vista do desembarcadouro e principal
trapiche da cidade. No entanto não há o menor movimento; parece uma cidade
adormecida. Nas pequenas cidades do Brasil, só a política estimula e consegue
agitar um pouco as gentes.
NOTA: Texto
extraído da revista “Leitura para todos”, maio de 1907, edição 15.
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