sábado, 31 de outubro de 2015

Memória da Propaganda: "Serraria Índia" em Oriximiná - 1921

Propaganda da “Serraria Índia” da cidade de Oriximiná Pará. Propriedade da firma Cláudio Huet de Barcelar, era uma das que possuíam melhor equipagem nas margens do rio Trombetas na década de 1920.


Artigo: O Lazareto de Paracary

Por Pe. Sidney Augusto Canto

Nos anais da medicina em nossa região, há uma história esquecida, talvez por conta do seu desfecho, mas que merece ser mantida viva para a posteridade. É a história do Lazareto de Paracary, que começou em 1856, quando o lavrador Antônio Francisco Pereira da Costa, começou a administrar um tratamento com remédios caseiros a um negro que estava sofrendo de morfeia.

Uma conferência do ex-intendente de Itaituba (Pará)

A foto registra o momento da realização de uma conferência no “Club de Engenharia“ do Rio de Janeiro, no dia 16 de Julho de 1925, denominada: “O Vale do Rio Tapajós”. O conferente é o seringalista Raymundo Pereira Brasil, ex-intendente do município de Itaituba (Pará), que lê o texto para seus ouvintes. 


Documentos Pombalinos: Carta de expulsão dos missionários - 1757

Ao extinguir as missões religiosas e transformá-las em paróquias, diretamente sujeitas à jurisdição do Bispo do Pará, Dom Frei Miguel de Bulhões, os religiosos, principalmente jesuítas e franciscanos, opuseram-se veementemente às ordens do governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Foi o estopim para que o mesmo prendesse e deportasse para o Reino alguns dos padres revoltosos. Foi a segunda expulsão de padres missionários no Grão Pará e prévia da expulsão definitiva que viria dois anos depois. Na lista, constam alguns dos missionários que trabalhavam no Baixo Amazonas e Tapajós. Apesar de não haver indicação do nome, o destinatário da carta abaixo (onde Mendonça Furtado expõe os “crimes” pelos quais os religiosos são deportados) é o Ministro Secretário de Estado Tomé Joaquim da Costa Corte-Real. Eis o texto:

Fordlândia (Pará) - 1935

Vista das instalações da Companhia Ford nas margens do rio Tapajós, em Fordlândia, no ano de 1935. Nota-se que dois prédios ainda não existiam (a igreja Matriz e a Escola) que só seriam construídos com a chegada dos missionários franciscanos em 1943.


Isto foi notícia: A Valsa "Gurupatuba" (Monte Alegre) - 1886

No ano de 1886 a cidade de Monte Alegre hospedava o professor de música Leodomiro da Costa Rodrigues. Este professor da arte musical era pianista e compositor. Agradecido pela hospitalidade “pinta-cuia”, o mesmo compôs uma valsa denominada “Gurupatuba”, oferecendo-a ao povo de Monte Alegre, conforme se pode ver em notícia publicada no jornal daquele município:

Antiga Igreja Matriz de Vila Curuai (Pará)

Construída em fins do século XIX, a antiga Capela de Nossa Senhora de Nazaré, em Vila Curuai, serviu como Matriz por poucos anos, até o início da construção da nova Igreja Matriz. Foi demolida, na década de 1970, para servir de sede social para um Clube de Futebol. Ficava na rua frontal da vila, ornando as margens do Lago Grande de Curuai (Foto enviada por Rosália Lourido).

          

Documentos Históricos: a "Certidão de Nascimento" do Forte Pauxis (Óbidos)

A fundação (ocupação) da cidade de Óbidos (Pará) está intimamente ligada ao Forte Pauxis e à defesa militar das posses de Portugal. Mas, a princípio, Portugal não parecia estar muito interessado em construir um forte no Estreito do Rio. Duas pessoas foram fundamentais para que se edificasse a Fortaleza Pauxis: o governador do Estado do Maranhão e Grão Pará, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho e o superintendente das fortificações do rio Amazonas, Manuel da Mota Siqueira. O superintendente comprometeu-se, perante o Rei, pela construção de quatro fortificações no Rio Amazonas: Paru, Santarém, Manaus e Acaqui. Já o Governador, depois de visitar o interior dos Sertões, subindo o rio Amazonas e de fiscalizar “in loco” o lugar das referidas fortalezas que o superintendente estava a construir, o governador, expõe ao Rei que achava melhor mandar o referido superintendente construir uma casa forte no Estreito.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

São Francisco Futebol Clube - 1932

Fundado em 30 de outubro de 1929, por um grupo de jovens esportistas, o São Francisco Futebol Clube teve suas origens remotas na pessoa do franciscano Frei Ambrósio Philipsembug, OFM, que foi um dos maiores incentivadores do esporte entre a juventude de Santarém, nas décadas de 1910 a 1930. Na foto abaixo, de autoria do fotógrafo Apolônio Fona, registramos o time do São Francisco (camisa escura) antes da partida contra o time do Atlético Rio Negro Clube de Manaus (AM), no ano de 1932. Na fotografia também se encontram presentes o prefeito de Santarém, Ildefonso Almeida, professora Violeta Sirotheau (madrinha do evento esportivo), Dr. Ruy Paes Barreto, presidente do time manauara e Silvério Sirotheau Correa, presidente do São Francisco Futebol Clube.


Artigo: O Cemitério Nossa Senhora dos Mártires

Por Pe. Sidney Augusto Canto

Até os idos de 1835, os enterramentos dos defuntos eram realizados dentro da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (antes de 1754, esses enterros eram feitos em outras duas igrejas, a dos Jesuítas – que se localizada na atual Praça Rodrigues dos Santos, e na capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso – localizada na Fortaleza).

Foi por iniciativa do Padre João Antônio Fernandes, vigário da Vila de Santarém, que se começaram os sepultamentos em um outro “campo santo”, localizado em área afastada do centro urbano e fora das Igrejas. Já na época da Cabanagem, os corpos a serem sepultados eram tantos que já não seria prático sepultar todos os mortos no interior da Igreja Matriz. Pe. João Fernandes, teve então a ideia, a bem da saúde pública da cidade, de sepultar os mortos em um terreno afastado da Vila. Ali plantou um cruzeiro, abençoou o solo e deu início ao que hoje é o cemitério de Nossa Senhora dos Mártires.

Vila de Outeiro, hoje cidade de Prainha (Pará) - 1848

Desenho de Paul Marcoy da Vila de Outeiro, atual cidade de Prainha. O desenho foi feito durante a passagem do desenhista pelo Baixo Amazonas, no ano de 1848. 


Documentos Missionários: Carta do Padre Antônio Vieira

O texto abaixo, de uma carta do padre jesuíta Antônio Vieira, faz um breve relato da situação das Missões Religiosas no Grão Pará no ano de 1661. A preocupação de Vieira é demonstrar a importância do trabalho missionário junto aos indígenas, frequentemente feitos escravos pelas tropas de resgate. Antônio Vieira menciona o envio do Padre João Felipe Bettendorff (Estanderf, no texto) para missionar na região do Tapajós. Chama atenção o fato de Vieira expressar que “novamente” Bettendorff estava entre os Tapajós. Na verdade era a primeira vez que o mesmo vinha para a Missão, conforme o mesmo Bettendorff escreveu na sua “Crônica”. Outra informação útil é a presença dos índios Pauxis na foz do rio Xingu (antes chamado de Parnaíba). A carta foi escrita em um momento de tensão entre os colonos e os religiosos, às vésperas da primeira expulsão dos Jesuítas. Eis a correspondência:

Memória da Propaganda: "Instituto Alemquerense" - 1894

Instalado em 01 de fevereiro de 1894 na cidade de Alenquer (Pará) o "Instituto Alemquerense" (assim mesmo, com "M"), esta instituição de ensino adotou o mesmo currículo do "Lyceu Paraense". Teve o apoio de seringalistas locais e do político de maior influência da época: Fulgêncio Simões. Sua propaganda, explica em maiores detalhes o seu funcionamento.


Documentos históricos: Ata de instalação da Vila de Faro - 1768

O governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado, em sua viagem de 1758, quando criou e instalou diversas Vilas e Paróquias, não pode estar presente na antiga Missão Religiosa dos Nhamundás. Por conta disso, somente 10 anos depois seria instalada, no lugar da antiga Missão, a Vila de Faro, elegendo-se as justiças. Eis a ata do fato:

Oriximiná (Pará) - Década de 1930

A Igreja Matriz de Oriximiná em fotografia da década de 1930, feita pelo fotógrafo santareno Apolônio Fona. A obra de recuperação e conclusão desta igreja matriz teve como incentivador o bispo Dom Amando Bahlmann e como responsável o franciscano Frei Rogério Voges.


Isto foi notícia: Posturas Municipais de Limpeza

Em 21 de abril de 1856 o então presidente da Câmara Municipal de Santarém, Miguel Antônio Pinto Guimarães, futuro Barão de Santarém, baixava uma série de Artigos do Código de Posturas do Município de Santarém, aprovados anteriormente pelo Legislativo Provincial para toda a Província do Grão Pará, específicos sobre a limpeza urbana. Naqueles tempos, qualquer pessoa que não cuidasse para que a cidade se mantivesse limpa, era punida pecuniariamente e com prisão temporária. A limpeza era uma obrigação muito mais da população do que do poder público. Alguns artigos destas posturas foram publicadas no jornal TAPAJOENSE, cujo teor transcrevemos:

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Santarém - 1908: "Philarmonica Santarena"

Agremiação musical “Philarmonica Santarena”, em fotografia publicada no ano de 1908. Antes mesmo da Vila de Santarém ser elevada à condição de Cidade, já havia banda de música e um coral que animava as atividades cívicas e religiosas da “Pérola do Tapajós”.


Artigo: Primórdios da Educação em Alter do Chão

Alter do Chão não foi esquecida pelo Governo da Província no que se trata de Educação. Desde meados do século XIX que o governo designou professores para aquela freguesia. A cadeira de instrução primária foi criada por portaria de 24 de maio de 1855, para o sexo masculino. Seu primeiro professor foi nomeado em 20 de agosto de 1856, na pessoa do senhor Silvestre Silveira Guaporé, que não ficou muito tempo em Alter do Chão.

Alenquer (Pará) - 1889

Fotografia panorâmica da cidade de Alenquer em fins do século XIX. Autoria da empresa Fotografia Fidanza, publicada no Álbum do Estado do Pará 1899.


Documentos Pombalinos: Instalação de novas Vilas e Paróquias

O documento abaixo é o Ofício do Governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado, datado de 04 de julho de 1758, relatando a viagem que fez de Belém(Pará) até a vila de Barcelos (Amazonas), ocasião em que elevou e instalou diversas vilas ao longo do Baixo Amazonas e Tapajós. O historiador Arthur Cezar Ferreira Reis diz existir versões diferentes deste ofício. O que hora é aqui publicado é a versão que se encontra no arquivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, que foi apontada pelo já citado historiador como a melhor fonte por ele pesquisada. Eis o texto:

Memória da Propaganda: Casa Italiana - Monte Alegre 1885

Propaganda da casa comercial dos italianos, localizada no bairro Cidade Baixa, em Monte Alegre, que recebeu considerada parte da colônia italiana que se dirigiu ao Pará, na segunda metade do século XIX.


Documentos históricos: Títulos de Cavaleiros do Vaticano

Corria o ano de 1910. O Bispo Dom Amando Bahlmann sofria algumas perseguições políticas na Prelazia de Santarém. Em retribuição ao grupo político que mantinha-se ao lado do Bispo e defendendo o mesmo na imprensa local, Dom Amando conseguiu que o Papa Pio X concedesse o título de “Cavaleiro” a dois santarenos: José Joaquim de Moraes Sarmento (Deputado Estadual) e Manoel Valentim de Oliveira da Paz (Secretário da Intendência). Eis o texto dos decretos pontifícios:

Itaituba (Pará) - 1910

Trecho da Rua da República, na cidade de Itaituba. Fotografia tirada por Raimundo Pereira Brasil.


Isto foi notícia: Racionamento de energia

Nem tudo eram flores na Santarém do passado. No dia 14 de setembro de 1927, a empresa que geria a “Usina de Luz e Força” desligou as caldeiras e deixou de produzir a energia elétrica para a cidade de Santarém.

O fato se deu por conta do seguinte: O Intendente municipal, temendo a devastação ambiental ocasionada pela extração de madeira que servia de lenha para as caldeiras da usina, instituiu um imposto sobre o metro cúbico de lenha no valor de 500 réis extraídas das matas do patrimônio municipal. O resultado foi o imediato repasse do imposto ao preço do feixe de lenha que era vendido na cidade na média de 7$500 (sete mil e quinhentos réis). Acontece que a empresa da “luz” só queria pagar 4$000 (quatro mil réis) no metro público. Como os lenhadores se sentiam lesados em seu trabalho e não baixaram os preços, a empresa cortou a energia da cidade e acusou que a causa seria o referido imposto sobre a lenha.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Vila de Óbidos (Pará) em 1848 - Desenho de Paul Marcoy

Viajando pelo rio Amazonas vindo da nascente à foz, Paul Marcoy fez diversos desenhos e descrições das Vilas e Cidades. Óbidos, assentada sobre uma elevação na parte mais estreita do rio Amazonas foi assim perenizada nos traços do viajante.


Documentos Cabanos 01 - A Tomada de Ecuipiranga

O ofício a seguir, sobre a tomada do quartel cabano de Ecuipiranga foi escrito pelo Padre Antonio Sanches de Brito, fundador da Missão Mundurucu de Nossa Senhora da Saúde (atual Juruti Velho, no município de Juruti). A operação contou com a participação dos índios da citada tribo que lutaram contra os cabanos aquartelados em Ecuipiranga. Eis o texto:

Casarão do Barão de Santarém - Final do Império

Uma das fotografias mais antigas que se conhecem de Santarém. Foi feita em julho de 1889, quando da visita do Príncipe Imperial Conde D’Eu à Santarém (vindo de Manaus). Foto atribuída ao naturalista João Barbosa Rodrigues, que acompanhava o príncipe na viagem de retorno ao Rio de Janeiro.

Palavra inicial

Muitas pessoas pediram que eu criasse um blog voltado para a história de nossa região do oeste paraense. Este espaço foi criado, portanto, para ser um lugar de compartilhamento de nossa história, memória e cultura. Partilharemos aqui parte dos nossos estudos, pesquisas, opiniões, acervo, mas também estamos abertos para coisas novas que enriqueçam o nosso conhecimento. Toda ajuda é bem vinda. Correções também. Assim como na vida, na história existe o fato, mas também as diferentes versões ou interpretações para os fatos. Vamos juntos construir nossa memória e escrever novos capítulos da nossa história.