No dia 29 do mês
findo (novembro), à noite, zarpou do nosso porto, com destino a Manaus, o vapor
fluvial Adamastor, de propriedade da firma Ferreira Costa e Cia.
A seu bordo
conduziu aquele navio, além de outros passageiros, o sr. Viriato Ferreira
Costa, sócio da referida firma, que ia a Manaus a negócios da mesma.
A viagem, ao que nos consta, ocorreu sem incidente algum até o porto de Santarém, onde o Adamastor chegou ontem (05 de dezembro), pela manhã.
Assim que a
embarcação ancorou, compareceram a seu bordo várias autoridades, entre as quais
o coletor estadual que ali ia fazer a fiscalização.
Quando desempenhava
a sua missão, surgiu entre o sr. Viriato e o coletor séria divergência,
motivada por uma disparidade dos manifestos com a carga a desembarcar ali.
O coletor,
zelando pelos interesses do fisco, não concordou com os desejos do sr. Viriato
que, exasperando-se, sem o mínimo respeito àquele exactor da Fazenda, o agrediu
a murros e bofetadas, produzindo-lhe escoriações pelo corpo.
Intervindo
diversas pessoas, foi o coletor socorrido, indo o sr. Viriato refugiar-se em
seu camarote.
A vítima, ato
contínuo, dirigiu-se à prefeitura local, onde formulou queixa, sendo depois
submetida a exame de corpo delito.
Ontem mesmo, o
coletor agredido telegrafou ao coronel Apolinário Moreira, diretor da Fazenda,
comunicando-lhe a insólita agressão e pedindo as necessárias providências.
O diretor da
Fazenda telegrafou imediatamente ao prefeito de Santarém, pedindo-lhe que
agisse com todo rigor sobre a agressão sofrida pelo seu subordinado.
NOTA: Texto extraído do jornal “Estado do Pará” de 06 de dezembro de 1921.
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