sábado, 7 de julho de 2018

Momento Poético: JACULATÓRIA


Por Flávio Tapajós

À alguém, deusa e mulher,
que me ressurgiu para a
Vida e para o Amor...

Vi-te! E minh’alma, qual fora um astro sobredoirando meu Padecer, de flores rubras de Amor e Sonhos encheu-se toda, floriu, vibrou!
Vi-te! E um perfume raro, esquisito – sândalo ou mysrha – não sei dizer, inebriou-me, sugestionou-me e ébrio deixou-me de gozos bons.
Vi-te! E adorei-te! Vi-te! E prendi-me nas áureas tramas d’uma Afeição! Foste a centelha viva, escarlata desta Ventura que adivinhei!

Foste o Consolo da Vida Triste! Foste o Conforto d’um pária e ateu! Foste a Esperança no Desespero! Foste a Fé viva que me salvou!
E como te amo, divina Essência do Amor que ensalma todo o meu Ser! E como aspiro ver-te endeusada no doce Afeto que me prendeu!
Teu lindo nome que bem reflete toda a doçura de estranho mel, é um salmo sacro que vou relendo, cheio de Crença, cheio de Amor!
Salve! Rainha, Vida e Doçura, minha Esperança, meu grande Amor! Creio em teus olhos, plenos de Mágoa! Creio em teu riso pleno de Luz!
Creio na Vida que me prometes! Creio, sim, creio que sou Feliz! Creio que és minha! Creio que és minha! Creio, sim, creio na Redenção! 

NOTA: Poesia escrita por Felisbelo Jaguar Sussuarana, publicada com este pseudônimo no ano de 1928.


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