quinta-feira, 23 de março de 2023

Documentos da Cabanagem: Termo de adesão da Vila de Santarém ao governo cabano em 1836.

             Em 09 de março de 1836, a vila de Santarém (então Vila de Tapajós), reconhece o governo cabano de Eduardo Angelim tornando-se, assim, oficialmente desligada do poder central do Império do Brasil. O documento original compunha-se de 227 assinaturas, a versão que nos chegou em mãos e que está publicada no livro “Pequena cronologia da Cabanagem no Baixo Amazonas e Tapajós” (2019), contém somente as primeiras. Imagem ilustrativa da cabanagem feita pelo desenhista Denilson Borges.

 


Aos nove dias do mês de março de 1836 – Décimo quinto da Independência e do Império – nesta Vila de Tapajós na casa das sessões da Câmara Municipal, aonde existia a mesma reunida em sessão extraordinária foram convocadas as autoridades e cidadãos pela mesma e fazendo ler o senhor presidente o ofício dirigido a esta Câmara pela reunião do Ecuipiranga, em a qual faz ver que só rendem homenagem ao governo do Exmo. Sr. Eduardo Francisco Nogueira Angelim, e sendo convocadas as autoridades e cidadãos abaixo assinados para darem os seus pareceres, sobre o reconhecer ou não aquele governo, foram todos de opinião, que se devia reconhecer, visto que a mesma reunião prometeu não fazer hostilidade e nem haver efusão de sangue nesta Vila: o que concordaram todas as autoridades e cidadãos que se reconhecesse a presidência na pessoa do Exmo. Sr. Eduardo Francisco Nogueira Angelim, e que desde já seguiam todas as deliberações dimanadas pelo mesmo governo a fim de manter a ordem e segurança individual dos povos desta Comarca; e para que conste a tudo o tempo se mandou lavrar este Termo, que assinou a Câmara, autoridades e cidadãos; e eu, João de Deus de Leão, secretário que escrevi e assinei, João de Deus de Leão; Raimundo Dias Leão, presidente interino; Lourenço Antônio da Silva; João Caetano de Souza Barreto; Bento J. Ribeiro; Lizardo Antônio Loureiro; João de Deus Ferreira Canumá; Pedro Alexandrino de Lira; o vigário João Antônio Fernandes; Manoel Ignácio de Souza, Juiz de Paz do 1º Distrito; Frederico Antônio Rabello; Antônio de Mello Garcia; major e comandante da força. 

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