O Sairé está praticamente desaparecido.
Era composto de uma procissão dançada, que tinha por emblema um artefato de
cipó, com três arcos superpostos apoiados numa haste horizontal. Uma outra vara
sustentava o objeto, dividindo, em sentido vertical, os três arcos paralelos.
Trazia uma cruz ao alto com duas outras laterais. O objeto era enfeitado de
algodão e fitas, algumas vezes com um pequeno espelho. Não se tratava de um
emblema estereotipado pois sofria pequenas modificações em sua estrutura,
conforme as vilas ou povoados onde tais procissões se realizavam.
O Sairé seria uma dança-desfile indígena
que foi modificada por inspiração dos catequistas. Entretanto, não são encontrados
documentos na Amazônia que identifiquem de maneira próxima este tido de dança
com algum folguedo ou ritual indígena.
Primitivamente,
o Sairé, com o nome de Turiúa, tinha
o seu ritmo de ginga marcado por flautas de uma peça ou as de tipo sirinx
(flauta de Pan) com várias tabocas unidas a formar um só instrumento, sem
faltar o tamborim. Se Turiúa quer
dizer alegria, Caieré (como o quer
Teodoro Sampaio) seria corda encurvada, enquanto o termo Çairé, em tupi, quer dizer lua nova.
NOTA: Texto
extraído do artigo: “FOLCLORE NA AMAZÔNIA: DANÇAS URBANAS, RURAIS E INDÍGENAS”,
publicado nos Anais da Biblioteca Nacional, edição 101. Rio de Janeiro: 1981.
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