Corria o ano de
1838... A província do Grão-Pará vivia o tempo da repressão contra a revolta
dos cabanos. No dia 10 de novembro a então Vila de Óbidos via nascer Manuel
Francisco Machado, que viria a ser o único nobre do Império Brasileiro nascido
em terras pauxis.
Seus pais
tiveram condições de bancar seus estudos em Portugal. Foi assim que conseguiu
se tornar bacharel em Direito e receber o título de Doutor pela Universidade de
Coimbra, em 06 de julho de 1869. Voltando para o Brasil, trabalhou como advogado
e embrenhou-se pelos caminhos da política, exercendo sua influência para a
Província do Amazonas, assumindo a Presidência da mesma no apagar das luzes do
Império.
Foi na condição
de Presidente da Província do Amazonas que o ilustre obidense recebeu o título
de Barão do Solimões. O “último barão do Império” também foi agraciado por sua
majestade o imperador com as comendas da Ordem da Rosa e da Ordem de Cristo. Na
função de presidente da Província do Amazonas, procurou fazer a transição de
governo do Império para a República com a maior tranquilidade possível,
conforme nota publicada no jornal “O Liberal do Pará” de 28 de novembro de
1889:
O honrado sr. Barão do Solimões declarou que
pertencendo a uma escola política que o acostumara a respeitar as deliberações
do povo, não se opunha a que um governo legal e bem constituído assumisse a
administração da Província, pois que desejava do meio de todas as ruínas sair
com o seu caráter ileso.
No alvorecer da
República foi eleito Senador pelo Estado do Amazonas e participou dos trabalhos
da primeira Constituição da República. Chegou a concorrer para o governo do
Amazonas, mas não chegou a ganhar. Afastando-se da política voltou para sua
terra natal onde passou os últimos dias da sua vida, morrendo em 18 de agosto
de 1928, às vésperas de seus noventa anos de idade. Assim se expressou a nota
fúnebre de um jornal da capital do Amazonas:
Homem de letras, latinista provecto, jornalista, a
atuação do eminente extinto na vida política desta terra foi das mais brilhantes
e operosas.
Perde, assim, a nossa pátria no Barão de Solimões um
dos mais insignes filhos, figura histórica e respeitável que tanto lustre deu
ao nome do Amazonas nas diversas posições que ocupou durante a sua longa e
honrada vida política.
Sentimentamos a família do ilustre extinto e,
particularmente, ao nosso mestre dr. Armando Barbuda, catedrático de Direito
Penal e genro do preclaro finado, e a seu neto, nosso colega, acadêmico Manuel
Machado Barbuda.
NOTA: Fonte
documental utilizada – Jornal O Academico, 1928, ed. 015.
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