Escrita
especialmente para “A Cidade”
Às sextas-feiras,
vem bater nas portas
Da minha rua, um
trôpego ceguinho.
De cabelícia
branca, cor do arminho,
Imagem viva de
ilusões já mortas!
Oh! Mistério
profundo que comportas
A luz, que o
cego guia em seu caminho,
E tu, velho,
mendigo e sem carinho
Com que
estoicismo a tua dor suportas!
Mas compreendo
bem o teu sofrer
Quando no meu
portal tu vens bater
Mísero cego, a
tiritar de dor!
E te comparo –
pobre – em meu instinto
Com o meu
coração reto e faminto
A mendigar a
esmola de um amor!
NOTA: Poesia
escrita em Fordlândia (PA) no dia 06 de maio de 1930. Infelizmente não sabemos
o nome do autor pois o jornal onde foi publicada estava mutilado.
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