Está situada
defronte da peninsula Arapichuna, à margem direita do rio Arapium, que abre-se
em bahia antes de reunir-se ao Tapajoz, 7 legoas a Oeste de Santarem. Foi ao
principio aldeia dos Arapiuns, missionada pelos Jesuitas que a governaram até
1757, em que foi creada villa com o nome de Villa Franca.
Está quasi
abandonada: o numero de seus moradores não excede de 80. O município contém
4:272 habitantes.
Edificios publicos não existem, pois que as obras que se começou a construir há 20 annos para a matriz, cadêa e casa da Camara, nunca chegaram a meio.
A Camara
Municipal tem pedido por vezes a conclusão d'estas obras e menciona como a de
maior necessidade a abertura um canal de 10 a 12 braças de extensão, no lugar
denominado – Ecuipiranga – que ponha em prompta communicação as agoas de um
lago da margem do Arapiun com o Amazonas e facilitar assim o transito da villa
para o Lago Grande das campinas. Esta obra será de alto interesse para Villa
Franca.
Há alli 3
escolas para ensino da infancia; mas, tanto a do sexo feminino como as do
masculino, estão quasi desertas de alumnos, negando-se os habitantes a mandar seus
filhos á escola.
Villa-Franca
importa diversos generos, inclusive a farinha, para sustento dos habitantes.
Sua exportação é insignificante, constando sómente de um pouco de borracha,
carne e peixe secco e ás vezes alguns bois e cavalos.
Seu commercio é
pobrissimo. À agricultura está extincta nos districtos da Villa e nos visinhos,
e apenas apparece em alguns sitios da margem meridional do Lago Grande, nos
quaes se cultiva algum cacáo, arroz e mandioca para consumo dos proprietarios. Nas
campinas do Lago ha diversas fazendas de creação de gado vaccum. A industria da
pesca é geral.
Os meios de
transporte são canôas pequenas e um vapor que de mez em mez faz escala pela
vila.
O estado
sanitario foi pessimo em 1873 pela invasão de febres diversas. Hoje tem
melhorado muito, posto que as febres não tenham desapparecido.
NOTA: Texto
extraído do Relatório do Presidente da Província do Pará, Pedro Vicente de
Azevedo, de 17 de janeiro de 1875.
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