Os Mundurucús,
isto é notorio, foram, ha pouco mais de cem annos, terríveis inimigos dos
brancos ou colonos europeus e chegaram mesmo a ir atacar a fortaleza de
Santarem.
Repellidos a custo, retiraram-se; pouco tempo depois fizeram as pazes com os brancos de quem desde então têm, sido alliados fieis e amigos leaes, tendo ás vezes prestado bons serviços ao paiz e fazendo guerra de exterminio a todas as tribus selvagens que são inimigas dos brancos ou que accidentalmente lhes fazem mal.
Em 1856 ou 1857
não tendo o governo meios faceis de bater os mocambos do Trombetas, que faziam
tropelias e todo o mal possivel aos negociantes e á quem podiam surprender, recorreu
aos Mundurucús que promptamente marcharam com pequena força armada, que as autoridades
poderam reunir e surprenderam elles sós e prenderam grande numero de escravos;
resultado que ainda uma força respeitavel de policia ou de linha não poderia
jamais obter.
Desde muitos
annos entreteem cites um commercio util e valioso com os negociantes de
Santarem e Itaituba. A grande quantidade de castanhas, salsa, borracha,
guaraná, etc., procedentes do Tapajos é quasi exclusivamente fornecida pelos
Mundurucús.
Esta nação tem
!eu quartel general nas, vastas campinas que existem entre o Tapajós e o Xingú
e muitas das suas famílias se acham estabelecidas ao longo do mesmo Tapajós
acima e abaixo de, ltaituba, Cury, Uxituba, e Santa Cruz, são, logarejos habitados
quasi exclusivamente por elles e o mesmo succede em varios outros pontos acima
da missão actual das cachoeiras.
NOTA: Texto
extraído do Relatório do Presidente da Província do Pará, Pedro Vicente de
Azevedo, de 17 de janeiro de 1875.
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