Por Carlos
Estevão de Oliveira
Saudades! Águas
passadas!
Nuvens que o
vento levou!
Brancas ruínas
sagradas
De um templo que
desabou!
Do rio de nossa
vida
Tristonhas garças
reais;
Sonhos que voam,
querida,
Mas, ai de nós!
Para traz!...
Saudades! Mágoas
serenas
Que a gente
sofre e bendiz;
Lembranças
gratas, amenas,
De quando se foi
feliz!
De um sol que
jaz quase findo
Quase apagado
clarão
Penas que
soltam, partindo,
As ilusões que
se vão!
Saudades! Túmulos
Santos
Onde a alma vai
sepultar
As esperanças
que em prantos,
Vemos, morrendo,
tombar!
Estranhas notas
de um fado
Cheio de
estranho sentir;
Sombras que vem
do passado
Entristecer o
porvir!...
Saudades! Que
são Saudades?
Quem as define?
Ninguém!...
Ai! Flores das
soledades
Vós sois meu
único bem!...
NOTA: O autor
foi Promotor Público da Comarca de Alenquer, onde morava quando escreveu esta
poesia datada de 11 de setembro de 1909.
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