terça-feira, 26 de junho de 2018

Sobre Ruas e Homenagens...


Me pediram para escrever umas linhas sobre este assunto. É espinhoso e, desde já, peço que meus leitores usem mais da razão do que de simplória emoção. Vamos lá...
Particularmente já celebrei várias Exéquias em velórios desta minha querida Santarém. Neles, vejo que os mortos não têm mais domínio sobre si mesmo (aliás, nem queiram saber o que fazem com nossos corpos depois que nossa alma volta ao Altíssimo, seria incômodo publicar aqui o que já vi). No entanto, a vida “post mortem”, que deveria ser um “descanse em paz” acaba por trazer várias desavenças entre os vivos, principalmente quando tem herança envolvida no meio da história; mas, também, quando se trata da memória do ente querido.
É o caso das homenagens “post-mortem” ou “in memoriam”. Particularmente sou a favor de homenagens “in vitam”, em que a pessoa esteja lá para receber e se sentir agradecida pela homenagem recebida. Mas, em atenção à necessidade de se conservar a memória coletiva e histórica de uma comunidade, algumas homenagens são mesmo justificáveis.
Sendo assim, acho muito justo que os nobres edis de nossa cidade façam homenagem a pessoas que contribuíram para a história e a cultura local, sejam elas médicos, advogados, empresários, políticos, jornalistas... mas, também a professores, peixeiros, garis, e até mesmo aqueles que trabalham nos bastidores da Câmara ou da Prefeitura Municipal, servindo a água ou o cafezinho ou fazendo as atas das reuniões, etc...
No, entanto, existe um conselho antigo que “não se deve descobrir um santo para cobrir outro”. Ou seja, a Câmara e a Municipalidade não deveriam, para fazer uma homenagem, descreditar uma outra já feita. É o caso de que agora vejo as reações aqui nas redes sociais.
Para quem não conhece a história, as travessas 15 de Agosto e 15 de Novembro, fazem menção a duas homenagens da municipalidade (aprovadas pela Câmara e sancionadas pelo Prefeito) para com dois eventos históricos de grandeza para o País e também para a Amazônia. A primeira faz jus à Proclamação da República e a segunda à Adesão do Pará à Independência do Brasil (data em que deixamos de ser portugueses para sermos brasileiros). Sendo assim, os atuais edis estão sendo injustos com os que lhes antecederam (até mesmo pais e avós de alguns que hoje ainda estão no poder legislativo), ao mudar nome de homenagens já feitas pelos ex-vereadores e prefeitos.
Uma sugestão: ao se fazer homenagem, colocando nomes de pessoas já falecidas, que se façam para novas ruas ou logradouros que são mais recentes. A cidade cresce e carece de novas ruas, bosques, escolas, creches, jardins, praças e bairros, que podem homenagear os entes queridos da tapajônica Santarém. É justiça para com os precisam ser lembrados e bom para os que moram nas atuais artérias, já acostumados com a nomenclatura existente.
Em outro momento também já fiz uma lista de nomes que ainda hoje estão esquecidos de homenagens municipais e que poderiam ser homenageados nestes novos bairros e artérias que surgem em nossa urbe. Seria bom fazer um levantamento desses ainda “Esquecidos”, para que justamente sejam também homenageados.
Como se diz no jargão atual dos jovens: #ficadica!

Santarém, 26 de junho de 2018.
Pe. Sidney Augusto Canto

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