domingo, 10 de junho de 2018

Outras Dez Curiosidades sobre a cidade de Alenquer



Por Pe. Sidney Augusto Canto

01. Alguns dados sobre a Educação em Alenquer...
Em 1871, o então juiz de direito da Comarca de Santarém (do qual Alenquer fazia parte) e também presidente da Província do Pará, dr. Abel Graça, promoveu uma circunscrição em benefício da construção de uma Escola para aquela Vila. A população atendeu ao apelo do juiz e presidente e arrecadou-se 1:000$000 (um conto de réis), com o qual se deu início a construção de uma Escola para o ensino primário. Em 1877, a Escola de Ensino Primário de Alenquer possuía a matrícula de 105 alunos (meninos) e era regida pelo professor normalista sr. Moraes, possuindo a frequência média de 96 alunos. Merecendo um elogio publicado no jornal “Baixo Amazonas” (de Santarém) que dizia o seguinte: “É lisonjeiro o estado desta escola devido a dedicação e inteligência do professor, que consagra todo o seu cuidado no desenvolvimento moral de sua escola e o adiantamento dos seus alunos”.

02. Sobre o primeiro Tribunal do Júri em Alenquer...
Em 15 de dezembro de 1874 foi instalada a Primeira Sessão do Tribunal do Júri no Termo Judiciário de Alenquer (então pertencente à Comarca de Santarém). O primeiro processo julgado pelo júri foi o de um furto praticado pelos réus João Soares de Oliveira (vulgo João Redondo) e o negro Gaspar Felippe Landegario, acusados de subtrair cerca de cinco contos de réis em ouro, que havia sido encontrado enterrado nas imediações da cidade de Alenquer.

03. Sobre viagens a vapor de Alenquer...
No ano de 1876, um viajante que quisesse viajar de embarcação a vapor de Alenquer para Santarém ou Óbidos, pagaria o valor de cinco mil réis pelo bilhete de passagem. Entretanto, se a viagem fosse de Alenquer para Belém, o viajante desembolsaria 55 mil réis e, para Manaus, 45 mil réis. Para se comparar, o preço médio de um boi na região, na época girava entre 15 e 20 mil réis.

04. Sobre uma antiga parteira alenquerense...
No dia 11 de abril de 1886, falece em Alenquer, com a avançada idade de 118 anos, a senhora Raymunda Maria Correa, que desde o século XVIII, exercia a profissão de parteira. Apesar de ser cega e viúva desde os 88 anos de idade, ainda gozava plenamente de suas faculdades mentais quando faleceu. Tinha 13 filhos, 61 netos, 79 bisnetos e 19 tataranetos.

05. Sobre o Telégrafo em Alenquer...
Em 31 de março de 1896, a Amazon Telegraph Company colocou em concorrência pública a estação da agência telegráfica de Alenquer. Naquela época, cada palavra que fosse emitida em um telegrama, custaria ao alenquerense o valor de 800 réis. O telegrafo começou a funcionar neste mesmo ano, entretanto, o cabo subfluvial entre Alenquer e Santarém seria cortado pouco depois de começar a funcionar e só voltaria a ser reconectado pouco mais de oito anos depois, em 12 de janeiro de 1905.

06. Um presente alenquerense ao governador...
Em 1902, os jornais paraenses noticiaram um fato inusitado. As férteis terras alenquerenses produziram uma enorme melancia que pesava 24 quilos. O que foi feito dela? Bem, o enorme cucurbitáceo foi oferecido de presente ao dr. Fulgêncio Simões, então Senador Estadual do Pará, que por sua vez, a deu de presente ao governador paraense Augusto Montenegro.

07. Sobre a enchente de 1908...
Enchentes na Amazônia são anuais. No entanto, em alguns anos foram registradas grandes enchentes que trouxeram grandes transtornos e prejuízos. Em 11 de junho de 1908, o sr. Manoel Siqueira, residente no Paraná de Alenquer, estabelecido com casa comercial, teve que abandonar toda sua propriedade que foi invadida pelas águas, dando-lhe um prejuízo de 20:000$000 (vinte contos de réis). Como ele, vários outros comerciantes e fazendeiros tiveram enormes prejuízos com as cheias além do normal.

08. Sobre arqueologia alenquerense...
No dia 31 de agosto de 1910, circula na capital do Estado do Pará a notícia de que, em Alenquer, foram encontradas diversas igaçabas contendo muitos ossos humanos e utensílios indígenas. É um dos mais antigos registros de achados arqueológicos dos antepassados indígenas que iniciaram a história da ocupação humana em Alenquer. A descoberta se deve, em parte, aos estudos etimológicos realizados pelo Promotor Público da Comarca alenquerense, dr. Carlos Estevão de Oliveira.

09. Sobre eleições em Alenquer...
A eleição realizada a 30 de janeiro de 1912 na cidade de Alenquer teve muitas curiosidades, entre elas destacamos: um eleitor, de nome Manoel Cardoso Monteiro, que votou duas vezes; e o primeiro caso do que possa ter sido uma mulher votando no período Republicano, o lapso foi constado na assinatura que, além de ser uma letra muito “feminina” o nome assinado foi o de Pedra Francisca Ferreira.

10. O Carnaval alenquerense em 1928...
A animada quadra de Momo agitou a cidade de Alenquer há 90 anos atrás. Diversos blocos percorriam as ruas da pacata e animada cidade ximanga. No entanto, um deles, composto apenas de mulheres chamava a atenção da sociedade alenquerense. Tratava-se do bloco “Mimosas Gatinhas”, composto, entre outras beldades, pelas seguintes brincantes: professora Rosita Lima, dra. Glorita Silva, Nazareth Simões, professora Yayá Silva, farmacêutica Yayá Bentes, Ecila Bentes, Analia Costa Homem, Flora Alves, Felícia Alves e (a mais jovem delas) Celma Nunes.

Foto ilustrativa: Grupo Escolar da cidade de Alenquer na década de 1970, cedida ao blog pelo amigo Luiz Potyguara Siqueira. Fontes: Acervo pessoal do autor, acervo ICBS e acervo da Biblioteca Nacional.

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