“Monte Alegre é um município essencialmente
agrícola e onde se vem ultimamente se intensificando o cultivo do algodão, que já
constitui o principal gênero de exportação e é reputado o melhor do Estado do
Pará. A vista de alguns algodoeiros monte-alegrenses, suscitou a José
Veríssimo, quando visitou aquela cidade, a opinião lisonjeira de que a
Província do Pará, e quiçá o distrito de Monte Alegre, só poderia firmar na
Europa a reputação do Brasil como produtor de algodão.
O município faz parte da prelatura de
Santarém, entregue à proficiência de Dom Amando Bahlmann, homem de iniciativa e
formidável capacidade de trabalho, e a quem a prelatura deve assinalados
serviços. É vigário de Monte Alegre o franciscano alemão frei Cherubim Mones,
que, como seu antecessor, frei Estanislau Cleven, tem feito ótima
administração, auxiliado pelo coadjutor, frei Conrado Kaufmann.
Frei Cherubim é credor da gratidão e do
apreço dos seus paroquianos, pelo seu espírito de iniciativa, que já tem
prestado ao município e à coletividade os mais assinalados benefícios, entre os
quais me ocorrem: a completa remodelação e o embelezamento interno da Igreja
Matriz, a reconstrução das capelas de Santa Luzia, na cidade baixa, e de Santo
Antônio, no Ereré, a fundação do Colégio de São Francisco, com uma frequência diária
de cerca de 130 alunos, a manutenção do Colégio da Irmandade da Conceição, um
internato para meninas, fundado por frei Estanislau e dirigido pelas competentes
irmãs Clarissas, a fundação de um clube lítero-artístico-desportivo, com várias
reuniões mensais, nas quais frei Cherubim procura despertar nos espíritos dos
seus discípulos o culto do belo: esse Clube – Clube dos Aloysianos – mantém uma
bem organizada banda musical infantil, e além destas, muitas outras obras que não
me cabe, nesta breve crônica, enumerar”.
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