sábado, 7 de novembro de 2015

Isto foi notícia: Moléstia em Monte Alegre – 1911

No ano de 1911 o “colera morbus” voltava a assustar a população de Monte Alegre. A doença teve seu foco inicial no rio Curuá do Sul (atual rio Curuá-Una), de onde algumas pessoas fugiram para o lado oposto do rio Amazonas (margem esquerda) principalmente para as comunidades de Paracary e Maycurú. Isso fez com que o seguinte telegrama, postado em 27 de maio de 1911, chegasse à capital:


As febres continuam a disseminar o povo. Rogo-vos soliciteis ao nosso governador a urgente remessa de um médico a fim de estudar a causa da moléstia e socorrer a população, pois já até nesta cidade entrou o mal. O povo morre à míngua, completamente abandonado. Maycurú, local saudável, está quase despovoado. Barata”.

Em resposta o jornal “Estado do Pará” publicou a seguinte nota, em defesa do governador do Estado, o dr. João Coelho que, segundo o referido jornal, tudo estaria fazendo para o melhoramento do estado sanitário das regiões acima citadas:

Parece-nos que o sr. Barata, que nos telegrafou ontem a respeito do estado sanitário de Monte Alegre, carregou muito no quadro que descreveu.
Desde muito que, de ordem do sr. Dr. Governador, o sr. Dr. Francisco Miranda, zeloso chefe do serviço sanitário do Estado, fez seguir para aquele município um médico, dr. Rutowictz, acompanhado de grande ambulância. Esse profissional que passou ali um mês, deixou muito melhorado o estado sanitário da região acometida pelo “morbus”.
Assim, pois, não tem havido descuido em acudir a população, sendo certo que o sr. Dr. João Coelho, governador do Estado, é solícito em providenciar a respeito da saúde pública com a máxima prontidão.
Podemos acrescentar que desde o ano passado, a repartição do serviço sanitário do Estado tem enviado para Monte Alegre várias ambulâncias, de uma das quais foi portador o dito dr. Rutowictz, em meado de agosto, regressando em setembro. Também foi, após esse médico, o enfermeiro Manoel Tarrio, em outubro, regressando em novembro; indo de novo em março do corrente ano e regressando a poucos dias, levando sempre avultada ambulância.
O sr. Dr. chefe do serviço sanitário do Estado, apesar de haver chegado há dias, apenas aquele enfermeiro tomou já novas providencias no sentido do apelo feito ao governo”.


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