Por Augusto
Lopes
Beijei-te a mão, litúrgica, divina,
Beijei-te a face, alvinitente e pura,
Beijei-te a boca, rósea, pequenina,
Beijei-te o seio de opalescente alvura.
Beijei-te os olhos, cor da noite escura,
Beijei-te os lábios, rubros de cravina,
Beijei-te alfim, a tua formosura,
Beijei-te a trança delicada e fina.
Beijei-te os pés, os pequeninos pés,
Beijei-te o rosto, por mais de uma vez,
Beijei-te a forma, como todo o espeito,
Beijei-te o riso, que cativa e prende,
Beijei-te o aroma, que o peito recende,
Beijei-te em sonho, o teu corpo perfeito.
NOTA:
Publicado em Santarém em 05 de agosto de 1933.
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