É verdadeiramente calamitosa a situação das
regiões do Baixo Amazonas atingidas pelas grandes enchentes, que aí estão
destruindo a lavoura e a pecuária.
De parte do Governo do Estado está havendo grande
interesse em apurar os prejuízos causados para maior eficiência das
providências que venha tomar e, ao mesmo tempo, para informar com exatidão aos órgãos
federais que estão cuidando do caso.
Nesse sentido, o governo expediu instruções a
todos os prefeitos da zona atingida para que, com a máxima brevidade,
remetessem relatórios sobre a situação.
Até agora chegaram apenas três telegramas contendo
as primeiras informações oficiais sobre a proporção dos prejuízos causados em
Santarém, Oriximiná e Óbidos.
De Óbidos, recebeu o Governador o seguinte
telegrama:
“Respondendo ao despacho 525 de V. Exa. informo
que os prejuízos decorrentes das enchentes do rio Amazonas estão avaliados,
após investigações, dados oficiais e opiniões dos prejudicados mais
autorizados, em nove milhões oitocentos e trinta mil cruzeiros.
Os prejuízos atingiram gado, juta, cacau, mandioca
e cereais tudo constando do telegrama minucioso hoje enviado à Comissão
Parlamentar de Valorização Econômica da Amazônia. – (Assina) Guilherme Lopes de
Barros, prefeito municipal de Óbidos”.
De Oriximiná, o prefeito Guilherme Imbiriba
Guerreiro telegrafou dizendo que:
“O montante exato dos prejuízos verificados não
pode ainda ser precisado, em virtude das águas continuarem muito altas.
Sobretudo no que diz respeito à pecuária, essa
informação seria precipitada, por ser na baixa das águas que ocorrem os maiores
prejuízos.
Com relação à castanha e à juta, já posso informar
quando não seja com exatidão de modo bem aproximado. Perdemos mais de 16 mil hectolitros
de castanha e quatrocentas toneladas de juta.
Além destes, há prejuízos com a lavoura em regular
proporção, criações miúdas, barracões e barracas arrastadas pelas águas.
Acredito, pelos dados que até o momento possuo, que
os prejuízos se elevam a seis milhões de cruzeiros no global”.
Até agora, entretanto, as informações chegadas a
Belém, dão Santarém como o município paraense onde maior foi o vulto dos
prejuízos causados pelas enchentes. O prefeito desta cidade, respondendo ao
pedido do Governo, informou que os elementos colhidos até agora levam-no a
calcular os prejuízos ali causados em cerca de 30 (trinta) milhões de
cruzeiros.
NOTA:
Publicado no jornal O Dia, de 18 de junho de 1949.
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