sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Os prejuízos da cheia no Baixo Amazonas – 1949

É verdadeiramente calamitosa a situação das regiões do Baixo Amazonas atingidas pelas grandes enchentes, que aí estão destruindo a lavoura e a pecuária.
De parte do Governo do Estado está havendo grande interesse em apurar os prejuízos causados para maior eficiência das providências que venha tomar e, ao mesmo tempo, para informar com exatidão aos órgãos federais que estão cuidando do caso.

Nesse sentido, o governo expediu instruções a todos os prefeitos da zona atingida para que, com a máxima brevidade, remetessem relatórios sobre a situação.
Até agora chegaram apenas três telegramas contendo as primeiras informações oficiais sobre a proporção dos prejuízos causados em Santarém, Oriximiná e Óbidos.
De Óbidos, recebeu o Governador o seguinte telegrama:

“Respondendo ao despacho 525 de V. Exa. informo que os prejuízos decorrentes das enchentes do rio Amazonas estão avaliados, após investigações, dados oficiais e opiniões dos prejudicados mais autorizados, em nove milhões oitocentos e trinta mil cruzeiros.
Os prejuízos atingiram gado, juta, cacau, mandioca e cereais tudo constando do telegrama minucioso hoje enviado à Comissão Parlamentar de Valorização Econômica da Amazônia. – (Assina) Guilherme Lopes de Barros, prefeito municipal de Óbidos”.

De Oriximiná, o prefeito Guilherme Imbiriba Guerreiro telegrafou dizendo que:

“O montante exato dos prejuízos verificados não pode ainda ser precisado, em virtude das águas continuarem muito altas.
Sobretudo no que diz respeito à pecuária, essa informação seria precipitada, por ser na baixa das águas que ocorrem os maiores prejuízos.
Com relação à castanha e à juta, já posso informar quando não seja com exatidão de modo bem aproximado. Perdemos mais de 16 mil hectolitros de castanha e quatrocentas toneladas de juta.
Além destes, há prejuízos com a lavoura em regular proporção, criações miúdas, barracões e barracas arrastadas pelas águas.
Acredito, pelos dados que até o momento possuo, que os prejuízos se elevam a seis milhões de cruzeiros no global”.

Até agora, entretanto, as informações chegadas a Belém, dão Santarém como o município paraense onde maior foi o vulto dos prejuízos causados pelas enchentes. O prefeito desta cidade, respondendo ao pedido do Governo, informou que os elementos colhidos até agora levam-no a calcular os prejuízos ali causados em cerca de 30 (trinta) milhões de cruzeiros.


NOTA: Publicado no jornal O Dia, de 18 de junho de 1949.

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