sábado, 27 de fevereiro de 2016

Momento Poético: A MANGUEIRA

Felisbelo Jaguar Sussuarana

Esta mangueira outr’ora tão copada,
Abrigo muita vez do caminheiro,
É morta agora, e triste, e abandonada...
– Mudo fantasma em meio do terreiro!

Era formoso vê-la! A passarada,
Desde o nascer de Apolo alvissareiro
Ao seu final tristonho, uma balada
Cantava na mangueira em tom fagueiro!


O vento transformou-lhe o belo porte...
As aves dela fogem qual da morte,
Não a procura o caminheiro mais!

Sorte igual tem a gente: na ventura,
Amigos há de mais, na desventura,
Todos nos fogem – só nos resta ais...

NOTA: Poesia escrita usando o pseudônimo “Flávio Tapajós”.


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