quinta-feira, 20 de julho de 2017

Saudades das festas de São João de 1933

Por entre o inebriante perfume das ervas e raízes passou o São João de 1933, deixando um rastilho de saudades e criando uma legião de esperanças!
Os banhos da felicidade que eram o “pivor” da alegre temporada dos bichos e bumbás, vão como estes, perdendo a influência, com tendências a desaparecerem.

Poucas pessoas, presas ainda às tradições da época, ficaram ranzinzas, e assim encontramos cheirando a patixouli [sic], cipó-catinga e japana, o nosso amigo Manduca do CORREIO, Octavio da PALMEIRINHA, Moraes da CHAVE DE OURO, Bebé Bezerra da POLÍCIA, Zé Antônio e seu sócio Chiquinho Frazão, Toscano do JAZZ, o Bello da PAPELARIA (este então passou o banho na fogueira, disque pra tirar o azar no 31), Tonico também do JAZZ e o Zé Agostinho.
As fogueiras felizmente estiveram dando uma ideia das antigas homenagens a São João. Os compadrescos e parentela (como diz o amigo Reça) estiveram animados. O Sabazinho, Diniz, Vinoco e Topázio apadrinharam o CAURÉ, único bicho que teve topete para aparecer em campo e um boizinho que teve por padrinho o Héro e Augusto Lopes.
Felizmente ficou quase limpo o campo dos sucots [sic], pois a garotada e mesmo gente barbada, trouxe de lá montes respeitáveis para as fogueiras.
A sorte do ovo no copo, feita pelo Manduca do Correio, diz que ele casará no ano vindouro, se o Governo mandar mudar a repartição dos Correios e Telégrafos daquele pardieiro imundo que ameaça ruínas.
O Manduca e telegrafistas que se munam de salva-vidas, paraquedas, para quando o prédio for caindo, salvarem-se pelo ar... Quanto ao Sunders, Rosas e Borges, a sorte disse que continuarão todos num mar de rosas...
NHUNES.


NOTA: Publicado no Jornal de Santarém de 01 de julho de 1933.

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