Em Santarém,
tiveram lugar no dia 12 de maio, as exéquias por alma da sereníssima princesa a
sra. D. Leopoldina, de saudosíssima memória, mandada celebrar pela Câmara
Municipal, de acordo com o muito reverendo cônego arcediago e Vigário Geral do
Baixo Amazonas, o sr. dr. José Gregório Coelho, que não poupou esforços para
que o ato correspondesse à magnitude do objeto dessas piedosas demonstrações.
No centro da bela Matriz erguia-se um soberbo mausoléu, e o referido sr. Vigário Geral proferiu um belo discurso, que foi ouvido com religiosa atenção por um concurso imenso de senhoras e cavalheiros, que foram ao templo do Rei que não morre, e que é sempre grande em todos os tempos, render a última homenagem às virtudes da excelsa princesa que se finou.
A orquestra foi
dirigida pelo prestimoso mestre de música o sr. Manoel Paraense, que fez os
maiores empenhos por agradar. E geralmente agradou, à vista dos poucos recursos
da localidade, que ainda não permite possuir-se uma orquestra excelente.
Pode-se
assegurar-se sem receio de passar-se por exagerado, que agora é começa em
Santarém a desenvolver-se o gosto pela música e muito se deve neste ponto ao
digno Vigário Geral e ao sobredito sr. Paraense.
Depois da missa,
durante a qual se ouviram peças sacras executadas pela orquestra, teve lugar o memento
bem cantado, e à porta da Matriz esteve postada uma guarda de honra em funeral,
dando no fim as descargas de estilo.
Foi assim que o
monárquico povo de Santarém representado pela sua edilidade que bem cura do seu
bem estar, rendeu último tributo de amor e gratidão à excelsa e cândida filha
do sr. D. Pedro II, o monarca constitucional por excelência que reina sobre um
grande povo americano, não só pelo nosso direito público interno, como pelo
amor que lhe consagram os filhos da terra de Santa Cruz.
NOTA: Texto
extraído do jornal “Diário de Pernambuco” de 10 de junho de 1871.
Eu queria saber se foi uma homenagem a D Leopoudina ou se ela residiu mesmo em Santarém Pará. Me conte melhor essa história.
ResponderExcluirCaro leitor, não há registro da passagem, nem residência da princesa em Santarém. Trata-se de uma homenagem promovida pela sociedade local em memória da alteza falecida.
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