Calos
Frederico “Von Martius” passou por Óbidos em 26 de setembro de 1819. Não fez
grandes descrições durante sua subida do rio Amazonas, além das costumeiras já
relatadas por viajantes anteriores a ele. Uma descrição melhor, porém, foi
feita durante sua viajem de descida pelo mesmo rio, quando chegou a Óbidos, no
dia 29 de março de 1820 e ficou até o dia seguinte. Desta segunda visita
vejamos a descrição abaixo:
“Essa vila, situada numa ribanceira bastante
alta, goza de magnífico panorama do rio, cuja massa de água, na sua plenitude
aqui reunida, se escoa com a maior rapidez. A largura do rio neste local, o
único estreito em todo o curso do Amazonas desde a fronteira ocidental do
Brasil até o oceano e o ponto mais para o poente no qual ainda se observa a
força das marés, dizem os portugueses ser de 869 braças, segundo medição trigonométrica
feita pela Comissão de Limites. A correnteza não permite sondagem no meio do
rio; mas, bem junto à margem, observei uma profundidade de vinte braças; por
essa razão as embarcações não encostam diretamente na Vila, onde a margem se
eleva íngreme e sem vegetações, a cem pés de altura, mas um tanto mais abaixo,
onde os barcos podem ser amarrados às árvores. Óbidos (chamada Pauxis pelos
índios), quanto a construções, indústria e comércio, é comparável à sua
vizinha, Santarém, embora um tanto menos povoada. O mais importante comércio é
o do cacau, plantado principalmente nas ilhas da vizinhança. Fumo, salsaparrilha,
cravo-do-maranhão, arroz, algodão, anil, farinha e pirarucu constituem os
restantes artigos de exportação. Daqui já se tem tentado frequentemente
expedições para o norte do continente, provavelmente também para descobrir o
lago Parimá, portador de ouro, cuja lenda está na boca de todos os crédulos. A
alguns dias de viagem ao norte do rio, cessou a mata, e os viajantes
encontraram campos pedrosos, vestígios de gado bovino a pastar e de bandos de
índios nômades, mas não ousaram estender mais tão cansativas excursões. Os
índios, que se mostram ameaçadores nesta região, seriam os aroaquis”.
Muito interessante, sou historiador e pesquiso sobre o povoamento na aldeia e do forte de Pauxis, pesquiso os índios Konduris que viviam nessa região. Um dia quero visitar Óbidos para estudar o material do Centro cultural de lá.
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