O Capitão Pedro Teixeira deixou
um legado histórico profundo sobre nossa região e sobre nossos povos. Das
expedições comandadas por Pedro Teixeira, vários relatos chegaram até nossos
dias, um deles escrito e assinado pelo próprio conquistador, trata-se da sua
famosa “Relação do Rio das Amazonas”, um texto em forma de relatório de viagem,
de sua subida do grande rio de Belém até Quito, onde faz a seguinte descrição
dos Tapajós:
“Atravessando
esse rio vai-se (per)correndo terra até os Tapajós, que distam oitenta léguas
do Curupá, e todo esse caminho é despovoado sobre o rio, mas a duas ou três
léguas terra adentro são incontáveis os índios que há; usam já, todos os deste
quadrante, de flechas ervadas tão venenosas que vertendo mesmo um pouco de
sangue não há remédio algum, nem os que as usam o conhecem; são todos
notavelmente carniceiros, comendo-se uns aos outros como fazem todos os do rio.
Os tapajós estão situados na boca de um grande rio que para mim é braço do de
Pernaíba (rio Xingú), porque a mim o afirmam alguns naturais. Terá este povoado
de 15.000 moradores (vecinos) para cima (e) no rio muitíssimos. Aqui trataram
mal os religiosos de São Francisco que desceram desta cidade de Quito,
tirando-lhe o habito ao padre Fr. Andrés de Toledo dando-lhes alguns empurrões,
e lhe pôs o nome de baruiarrojas (barbaroxas?) por as terem tingidas e riscadas
(as faces?) como os Xeruuna (Juruna). Neste mesmo povoado mataram alguns homens
de Francisco de Orellana, que (e) ainda hoje há arvores (troncos?) das estacas
de sua cerca; no mesmo lugar fizemos as nossas (pousadas?) quando lá viemos”.
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