Abaixo podemos ver a descrição da então
Vila de Aveiro feita por Rufino Luiz Tavares, que esteve na região do rio
Tapajós no ano de 1875. O autor era Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz,
condecorado com a medalha da Campanha Naval do Rio da Prata e Comandante do
vapor “Óbidos”, da “Amazon Steam Navigation Company – Limited”. Eis o texto, publicado
no ano de 1876:
“AVEIRO:
Paróquia pertencente ao município de Itaituba situada sobre um terreno plano e
elevado da margem direita do Tapajós aos 6° 38’ 45’’ de longitude O de Belém e
aos 3° 13’ 30’’ de latitude S, 139 quilômetros ao S de Santarém. Em 1781 foi
criado lugar com cerca de 200 moradores; pouco tem progredido, pois conta três
sofríveis casas cobertas de telhas, 17 cobertas de palha e uma igreja muito
regular para a localidade, pois além de ser espaçosa e coberta de telha, sua
construção é sólida e adequada ao fim. Foi dedicada a Nossa Senhora da
Conceição, está sendo paroquiada por um sacerdote que a conserva com a precisa
decência, mas não é colado. A freguesia contém quatro casas comerciais, uma
escola para meninos frequentada por 35 alunos e outra inteiramente particular
para o sexo feminino com 18 alunas matriculadas até 31 de dezembro de ano
próximo findo. Cultivam os moradores de Aveiro, mandioca, tabaco, cana de
açúcar, milho e feijão, mas tudo em diminutas quantidades, também extraem
borracha, óleo de copaíba, cravo e salsaparrilha. Sua exportação se limita a
borracha, tabaco e farinha de mandioca. Um pequeno ribeiro (igarapé) que se
lança no extremo S da freguesia a contorna pela parte de E, facilita o
escoamento de águas estagnadas dos banhados (igapós) mui vizinhos, mas não é
conservado convenientemente limpo. A população compõe-se de 2.011 habitantes:
homens livres 950, mulheres nas mesmas condições 1.061, escravos de ambos os
sexos 10”.
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